sábado, 21 de setembro de 2013

Comportamento - Inclusão de surdos na escola

O ideal de inclusão defendido pelas leis atuais prevê que todas as crianças frequentem a escola regular, e esta deve se fazer apta a recebê-las. Mas o que acontece quando a primeira língua dos alunos não for o português? A questão se complica.
 
Foto: INCLUSÃO
 
 
 Os surdos têm como primeira língua aquela com a qual se sentem mais à vontade, e que os ajuda a expressar melhor ideias e sentimentos: a língua de sinais brasileira (ou Libras). E é por isso que, em sua maioria, a comunidade surda - representada, entre outros órgãos, pela Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (Feneis) - defende não a inclusão em classes comuns, mas a existência de escolas bilíngues, com salas em que sejam ensinados a língua de sinais e o português escrito.
 
 
1. Sobre a surdez
              
Existem vários graus de surdez. Diz-se que a pessoa pode ser surda ou deficiente auditiva, variando o nível de audição residual que ela apresente. Em geral, a surdez total é congênita e relacionada à hereditariedade - que, por sua vez, tem relação com ocorrências de consanguinidade na família.
 
É interessante saber que, mesmo quando existe audição residual, a pessoa pode optar pela comunicação na língua de sinais, que é mais adequada à sua expressão. O mesmo ocorre com os aparelhos auditivos: embora eles facilitem a audição, a criança que usa o aparelho pode optar por se comunicar na língua de sinais. 
 
 
 
Tudo começa em casa Infelizmente, muitas crianças surdas só têm contato com a língua de sinais na escola. O resultado disso é desastroso: até a idade escolar, a criança não aprende a se comunicar nem em português nem na língua de sinais, desenvolvendo apenas fragmentos de comunicação. E, às vezes, não sabe nem o seu nome!
Por isso, o ideal é que o contato com a língua de sinais, por meio da qual ela se comunicará bem, se dê o mais cedo possível.  Antigamente, os fonoaudiólogos desaconselhavam a língua de sinais, pois achavam que ela impediria as crianças surdas de tentarem falar. Hoje, a maioria já sabe que é pela língua mais apropriada a elas que elas se desenvolverão melhor.

3. Professores preparados
             
O professor regular que tenha uma ou mais crianças surdas na classe tem de fazer de tudo para se comunicar com elas. No entanto, mesmo que ele aprenda a língua de sinais, a presença de um professor surdo, que domine as libras como primeira língua e possa ensiná-la e facilitar a comunicação da criança, também é fundamental.
 
 
4. Apoio no contraturno
            
Assim como ocorre com crianças com outras deficiências, o aluno surdo que frequenta uma classe regular deve receber apoio específico no contraturno, ou seja, no horário em que não estiver na aula.
 
Nesse período, ele terá o apoio de professores que dominam a língua de sinais e podem auxiliá-lo a resolver dúvidas e a se comunicar melhor, além do contato com materiais também específicos.
 

5. Alfabetização
             
O português é aprendido como uma língua estrangeira. Primeiro, a criança aprende a língua de sinais, que é a sua primeira língua, por meio da qual ela se comunicará de forma mais completa. Depois, aprende o português como segunda língua.
 
No aprendizado do português, as crianças surdas costumam até a fazer comparações linguísticas. Para crianças surdas, o caminho da alfabetização em português deve ter ênfase em recursos visuais.
 

6. Perspectivas dos surdos
Antigamente, os surdos em geral desempenhavam trabalhos manuais, como marcenaria e artesanato, justamente devido à dificuldade de inclusão no sistema escolar. Hoje, frequentando escolas bilíngues, escolas regulares aptas à sua inclusão ou escolas especiais para surdos, as crianças podem se desenvolver de maneira típica, ingressando mais tarde na faculdade e conquistando a profissão de sua preferência.

 
 
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