domingo, 26 de junho de 2016

Consumismo Infantil


Fazer compras na companhia das crianças é uma missão e tanta: eles pedem tudo que vêem pela frente e ainda podem fazer pirraça quando algo é negado. 
Para ajudar os pais a driblarem esse consumismo infantil, conversamos com a psicóloga Verônica Ribeiro, especialista em Psicoterapia infantil; com Isabella Henriques, diretora do Instituto Alana; e com a mamãe Gabriella Vargas, que enfrenta a vontade de comprar da pequena Ana Clara. 

O que faz a criança querer tudo que vê pela frente? 
Nós sabemos bem que nossos filhos dificilmente resistem à um novo brinquedo ou aquele doce exibido na prateleira da padaria. Mas por que as crianças não conseguem avaliar bem o que podem ou não ganhar? Segundo a psicóloga Verônica Ribeiro, o egocentrismo dos pequenos é a resposta.” A criança acha que o mundo gira em torno dela, e que suas vontades devem ser sempre satisfeitas, por isso ela quer ter as coisas, mas nem sempre ligam para o que adquirem”, explicou. 
Os pedidos por roupas, brinquedos guloseimas também acontecem na casa de Gabriella Vargas. Segundo ela, os produtinhos exibidos pelas vitrines e principalmente as propagandas na televisão chamam atenção da pequena Ana Clara, de 5 anos, que muitas vezes precisa ouvir “não”. “Quando o pedido é aceitável e está ao meu alcance, eu compro. Se não, converso e explico porque não estou comprando ou não vou comprar”, contou a mamãe. 

Para a sorte de Gabriella, a sua filha não costuma reclamar muito quando algo é negado, mas quando acontece, o jeito é tentar explicar de outras formas. E o bom comportamento da pequena, segundo a mamãe, se deve aos exemplos que vêm de casa. “Não sou compulsiva. Gasto quando posso. Acho que toda criança passa pela fase de pedir muito. E ela aceita bem a negativa, porque nunca me vê comprado tudo que vejo pela frente”, relevou. 

Como a publicidade infantil influencia o consumismo da criançada? 
Além do exemplo dos pais, as crianças também são muito influenciadas pelas propagandas que já invadiram seus mundinhos na TV, internet e até mesmo no caminho para a escola. “A publicidade infantil seduz as crianças a sempre quererem mais, muitas vezes ela nem sabe direito o que é o brinquedo. Os comerciais são divertidos, coloridos e em determinados canais de TV passam o tempo todo, impactando diretamente”, afirmou a psicóloga Verônica Ribeiro. 
Para a diretora do Instituto Alana, Isabella Henriques, é importante saber que a responsabilidade do consumismo infantil não é só dos pais e precisa ser dividida com a publicidade e com toda a sociedade. “O papel da publicidade é enorme! A criança é facilmente convencida, porque ainda não responde a altura desses apelos publicitários”, explicou. 

Para ela, a publicidade tem um papel ainda mais arriscado com as crianças do que com adultos, já que os pequenos não são capazes de analisar o que realmente querem ou podem. “Um adulto ao ver uma propaganda em um primeiro momento, pode até querer o produto. Mas depois consegue analisar se realmente precisa ou pode ter aquilo. Já a criança ainda não tem capacidade de ter todo esse pensamento crítico. Ela recolhe imediatamente a informação e passa a desejar”, afirmou Isabella Henriques, que explicou ainda que a criança até os 8 anos de idade ainda não é capaz de enxergar a propaganda como uma mensagem publicitária, que pretende vender algo.
Já que não temos como controlar os pedidos insistentes das crianças para comprar aquele brinquedo que acabou de ser lançado ou o biscoito que tanto adora, as especialistas Verônica Ribeiro e Isabella Henriques listaram algumas dicas que os papais e mamães podem começar a seguir para driblar a vontade de comprar dos pequenos. Confira:
1 – Dê o exemplo! As crianças adoram copiar os pais, por isso, vão copiar também a sua postura diante às compras;
2 – Avalie suas condições financeiras antes de realizar cada compra. “Não se envolver em dívidas só para satisfazer a vontade da criança, para evitar escândalos na rua”, afirmou a psicóloga Verônica Ribeiro;
Seu filho pede tudo que vê pela frente?
3 – Ser firmes em relação às birras dos pequenos. Tente mostrar que o comportamento está inadequado, e se a criança estiver muito descontrolada, tire ela do local para se acalmar;
4 – Faça combinados com os pequenos. Antes de sair, a criança deve ser sempre orientada sobre o que irá fazer, se vai ser possível comprar algo, fazer um lanche ou ir ao parquinho. Isso evita aborrecimentos posteriores;
5 – Dê um cofrinho para seus filhos. Assim, para comprar algo que desejem, eles aprendem que terá que aguardar para ter o dinheiro suficiente; 
6 – Evitar usar presentes como troca. “Os brinquedos devem ser dados para as crianças em datas especiais, mas não podem substituir a conversa e as brincadeiras entre vocês”, reafirmou a diretora do Instituto Alana, Isabella Henriques.
7 – Tente proteger a criança da publicidade infantil. Vale diminuir e controlar o contato com TV, internet e mudar os programas do final de semana. “Variar as idas ao shopping com passeios ao ar livre, por exemplo”, explicou Isabella Henriques.
8 – Por fim, é importante sempre conversar com a criança sobre dinheiro, sobre a necessidade do trabalho para adquirir coisas, sobre as necessidades básicas e prioridades. “Devemos ter em mente que esse papo sobre o dinheiro deve ser feito em linguagem simples e acessível a criança”, salientou a psicóloga Verônica Ribeiro.
Verônica Ribeiro – Psicóloga CRP 05/28293. Psicóloga infantil, Terapeuta Cognitivo Comportamental, especializada em Neuropsicologia.
Isabella Henriques é advogada, Diretora de Advocacy do Instituto Alana e coordenadora do Projeto Criança e Consumo. É mestre em Direitos Difusos pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), autora de “Publicidade abusiva dirigida à criança” (Ed. Juruá) e co-autora do livro “Publicidade de Alimentos e Crianças: Regulação no Brasil e no Mundo” (Ed. Saraiva), produzido em parceria com a ANDI e a Harvard Law and International Development Society – LIDS.
Fonte: https://playkidsapp.com/family/2016/03/consumismo-infantil-como-driblar/

domingo, 19 de junho de 2016

Enurese, você sabe o que é?


Não se sabe se é por vergonha dos pais ou pela sua ignorância ou desconhecimento sobre o tema, mas o certo é que mais da metade das crianças que se urinam na cama de forma involuntária e incontrolada não está diagnosticada adequadamente por um especialista em enurese infantil, e não recebem um devido tratamento. Por que será? 

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Quando a criança com enurese não é tratada

Quase 70% das crianças com enurese estão sem ser diagnosticadas corretamente. Isso é o que revela o urologista Juan Carlos Ruiz de la Roja, numa recente entrevista a Guiainfantil.com, e uma pesquisa realizada por Ferring, durante as férias natalinas. Segundo o urologista é necessário que se produzam dois ou mais episódios de escapes por mês para começar a falar de enurese. Se isso acontece, os pais devem buscar um especialista. 
Uma enurese sem diagnóstico ou tratamento médico pode gerar consequências graves no desenvolvimento da maturidade e psicológico das crianças. Tudo isso pode afetar o seu rendimento escolar, sua personalidade e seu comportamento. As crianças evitam ir a acampamentos de verão, dormir na casa de amigos, por medo de que seu problema seja descoberto. A enurese causa efeitos negativos na socialização dos pequeninos. 
A enurese se define como o escape involuntário de urina durante o sono, com uma frequência superior a quatro vezes ao mês em crianças maiores de cinco anos. É mais comum em meninos do que em meninas e são muitos os fatores que podem causá-la, desde o mal treinamento do uso do banheiro até antecedentes familiares. 85% dos casos de enurese têm causa de origem hereditária. Os especialistas indicam como ‘chave’ um gene do cromossomo 13, ‘ainda que estejam sendo estudados outros genes e cromossomos que poderiam ter relação com a doença'. 

Como se diagnostica a enurese infantil 

Em geral, essa doença se diagnostica tendo como base o histórico médico e um exame físico da criança. Normalmente são feitos exames para descartar infecções ou doenças. Afere-se a pressão arterial, se pede uma análise de sangue e uma ecografia. A enurese tem cura desde quando seja tratada devidamente. 

Vilma Medina
Diretora de GuiaInfantil.com

Fonte:http://br.guiainfantil.com/blog/saude/enurese/quando-a-crianca-faz-xixi-na-cama-de-forma-involuntaria/

domingo, 12 de junho de 2016

Relação fraternal


A relação entre irmãos na infância às vezes não é nada fácil: o mais velho vê aquela nova pessoinha chegando para roubar a atenção que antes era só dele e, enquanto isso, o caçula percebe que o vínculo entre o irmão e os papais já é bem forte. Tem como não dar briga? Se o ciúme é inevitável, existem algumas medidas que você pode tomar para estender a bandeira branca em casa.
ciumesIntervalo maior entre os filhos = Algumas mamães preferem ter filhos em idades bem parecidas, mas o aconselhável é dar uma diferença de pelo menos três anos entre eles. Dessa forma o primeiro já vai estar andando e minimamente independente, sem querer o colo que agora está sendo dado para um novo irmãozinho.

“Amo os dois igualmente!”= Os pais podem ser grandes responsáveis na ciumeira que surge em casa. Quando um filho é mais calmo e obediente que o outro, é natural que os pais sintam uma leveza maior nessa relação, mas deixar isso transparecer na frente de um outro filho só vai piorar o relacionamento de vocês.
crianças emburradas
Exclusividade para cada um de vez em quando = Passar um tempo com a família toda é sempre uma delícia, mas que tal desenvolver a relação com seus filhos de maneira individual? É ideal que o papai e a mamãe tirem alguns momentos para dar atenção exclusiva a cada filho: isso vai eliminar a competição por atenção e fazer cada pequeno se sentir único.

Deixe seu filho mais velho se sentir parte da novidade= Um dos grandes problemas de ter um novo bebê é que o filho mais velho pode se sentir deixado de lado, mas isso nunca vai acontecer se ele estiver envolvido em todo processo. Deixar ele ajudar na escolha do nome, ensinar a segurar as perninhas enquanto você troca a fralda e mostrar o quanto ele é importante ajuda na dinâmica da casa.

Seu filho mais velho ainda é criança= Quando uma criança menor chega em casa, os pais costumam colocar uma pesada carga em cima dos filhos mais velhos falando para ele agir como um menino grande. O problema é que até pouco tempo ele era o bebê da casa e repreendê-lo dessa forma só vai internalizar sentimentos ruins. A chave é entender o que aquela criança está querendo ao se comportar igual ao irmão mais novo e dar atenção a essas vontades.

Comparar os dois filhos cria a ideia de competição = Um combustível poderoso para incentivar o ciúme entre irmão é ficar comparando os dois dizendo que um é melhor em tal tarefa que o outro. Isso coloca os irmãos em lados opostos em que precisam lutar para ser melhor que o outro.

Exercite a união entre os seus filhos= Inventar brincadeiras em que um precise do outro é uma ótima forma de unir seus filhos. Incentive o espírito colaborativo mostrando a eles que, quando agem juntos, eles têm mais chances de ganhar um jogo ou convencer a mamãe a ligar a TV, por exemplo.
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Valorizando a individualidade dos seus filhos = Por mais que compartilhem os mesmos genes, nenhuma criança é igual a outra. Por isso não é uma boa ideia falar para a criança se comportar como o irmãozinho ou fazer ele gostar de um alimento só porque a outra criança gosta. Um dos pequenos vai se sentir desfavorecido e o resultado com certeza vai ser o aumento dos ciúmes.

Conheça o temperamento de cada filho= As crianças mais quietinhas tendem a não pedir muita atenção, mas isso não quer dizer que elas não querem. Esteja sempre atenta e pronta para dar afeto ao seu pequeno, mesmo que ele seja discreto e não peça.

Preste atenção nas brigas repetidas= Crianças não conseguem disfarçar quando estão com ciúmes, então a mamãe pode identificar quais situações mais colocam os seus filhos em lados opostos. Trabalhe em cima dessa questão até ambos se sentirem seguros e valorizados.

domingo, 5 de junho de 2016

Os resultados das provas começam a chegar e...



(Foto: Shutterstock)
Com o ano letivo a todo vapor, começamos a receber pedidos de socorro de mães desesperadas. O resultado das provas começam a chegar em casa e temos duas reações opostas, porém, igualmente inadequadas.

Pais assustados começam a procurar explicação para as notas baixas fora de casa, em  consultórios médicos ou na escola.  Os filhos, por sua vez, ainda estão tranquilos, “foram só as primeiras provas, pra que se apavorar?”.
Então vamos ajudar para que as famílias possam aproveitar o que tem de melhor nas duas reações extremas e colocar a situação nos trilhos antes que, de fato, essa marola se transforme em um tsunami no final do ano letivo.
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Em primeiro lugar, pais, respirem fundo. Agora pensem que a situação não é com seu filho. Vamos fazer de conta que estamos falando do vizinho ou daquele sobrinho terrível, assim podemos enxergar melhor a situação, sem as desculpas que automaticamente vocês já criariam para aliviar a barra de seus filhos.

Há duas possibilidades nessa situação. Na primeira, o seu filho tirou uma nota baixa e todas as outras dentro da média ou acima. Na segunda, como em alguns casos que recebemos, a situação inversa aconteceu e talvez ele tenha uma nota na média e todas as outras abaixo, bem abaixo do esperado.
No caso de uma única nota ruim, não há porque entrar em pânico. A verdade é que uma reação negativa da sua parte pode desanimar seu filho, já que ele realmente se esforçou ao ponto de ter boas notas em quase todas as matérias. O fundamental é que você mantenha seu foco em elogiar as boas notas e valorizar o esforço que foi colocado para alcançar esse resultado. Quanto à nota baixa, basta perguntar qual o plano para melhorar esta nota na próxima prova. Depois, dê um tempo de – no máximo – um dia para seu filho apresentar o que planejou e mostrar que confia na capacidade que ele tem para reverter a situação.
Se a maioria ou todas as notas foram ruins, é o momento para acender a luz de alerta, mas sem transformar a situação em um caos dentro de casa ou na relação com a escola. Quanto mais tranquila for a reação, mais firme e segura você conseguirá ser em todos os aspectos necessários para ajudar seu filho a reverter a situação atual. Aqui vai o primeiro aspecto que você precisa aceitar para que possa ajudar: a responsabilidade pelas notas ruins é do seu filho e de mais ninguém. Por isso é importante tentar enxergar de fora, nada de procurar “o culpado” pelas notas baixas.
Quando tentamos encontrar alguém a quem culpar, o foco da situação é totalmente desviado e, seja quem for o escolhido, nada ou muito pouco de produtivo poderá ser tirado para reverter o quadro. Então, combinamos que não há culpados. O fato de você ter trabalhado demais, da professora de matemática ser brava demais, de seu filho ter ficado triste demais ou qualquer outro “demais” não deve ser usado como desculpa agora.

Se o responsável por estudar e tirar boas notas é seu filho, fica claro que ele pode – e deve – solicitar ajuda quando precisar, mas é ele quem vai ter que mudar algumas atitudes para que a situação não se repita. Seu papel como responsável é fundamental: guiando, apoiando, mostrando que acredita, estabelecendo e fazendo cumprir algumas regras. Mas nada disso vai adiantar caso seu filho não mude também.
A melhor maneira de conseguir isso é solicitar que ele faça uma lista das causas que podem ter gerado esse resultado. Lembre-se de não tratar cada matéria ou prova de forma isolada. Por exemplo, ele não deve pensar sobre o porquê de ter tirado 4,0 em Geografia, 5,0 em Ciências e 4,8 em Língua Portuguesa. A resposta que você quer dele é uma ideia do que pode ter causado tantas notas baixas. Se o seu filho ainda for muito novo, você pode fazer uma média de todas as notas e o foco será neste número, para facilitar o entendimento.
Dê a ele pelo menos o tempo de um dia para o outro para pensar em algumas possibilidades e volte a conversar. Ele deve trazer por escrito uma pequena lista dos motivos que podem ter gerado o resultado negativo. O objetivo final é que ele tenha a oportunidade de analisar suas próprias ações e comprometimento, talvez pela primeira vez! Prepare-se para surpresas boas. Seu filho é mais inteligente do que as notas mostram. Geralmente, falta a ele oportunidade para pensar sobre as próprias ações e para assumir responsabilidades que não podem ser passadas a ninguém, nem mesmo a vocês, responsáveis, que até então cuidavam de tudo!
No dia seguinte, deixe que ele fale. Não fale por ele. Ouça. Depois de ouvir a interpretação dele, pergunte o que ele pretende fazer para reverter a situação nas próximas provas. Novamente, seja paciente. Deixe que ele pense. Ouça. Apoie o seu filho!
Fonte: http://www.paisefilhos.com.br/blogs-e-colunistas/tais/os-resultados-das-provas-comecam-a-chegar-e/  (Adaptado)