segunda-feira, 10 de junho de 2013

Como ajudar seu filho a lidar com o ciúme

Crianças pequenas podem demonstrar ciúmes dos pais ou do irmãozinho mais novo. Saiba o que fazer quando isso acontece

Foto: Como estabelecer limites para que seu bebê não se comporte de maneira agressiva
                                               
No sofá, querem se sentar no meio, separando o pai e a mãe. Quando veem a mãe ou a professora cuidando do irmão mais novo ou do coleguinha de classe, fazem de tudo para chamar a atenção. Desde bem pequenas, as crianças podem dar demonstrações de ciúmes. É um sentimento mais do que natural, afinal por volta dos três anos as crianças começam a descobrir que não são o centro do mundo e que sua mãe não pertence somente a elas.
 
 
Os pais devem lidar com naturalidade quando isso acontece. Precisam dar atenção para que o filho perceba que continua sendo amado e que tem seu lugar garantido no coração dos pais. Mas é preciso também estabelecer limites: aos poucos se deve ensinar aos pequenos que eles não têm exclusividade na atenção dos pais, avós ou professores.
 
A partir de que idade as crianças podem manifestar ciúme?
 
O ciúme pode se manifestar bem cedo, mas é mais comum que seja notado a partir de dois ou três anos de idade. "É o momento em que a criança percebe que há um "outro" além dela e que esse "outro" pode desviar a atenção da pessoa amada", explica Aurélio Melo, professor de desenvolvimento humano do curso de psicologia da Universidade Mackenzie, de São Paulo.
 
 
 
Quais são os sinais que indicam o ciúme?
 
              
"O clássico é a criança, ao ver os pais juntos, se colocar entre eles, seja à noite na cama do casal, seja no sofá, para assistir televisão. A criança procura evitar o contato dos pais entre si", afirma a psicóloga Elisa Villela, mestre e doutora em desenvolvimento humano pela Universidade de São Paulo (USP). O ciúme também surge quando os pais estão cuidando dos irmãos. Nessas horas a criança com ciúmes faz birras ou cria situações para chamar a atenção da mãe, do pai ou de quem esteja cuidado dela. "Ela quer que quem esteja cuidando dela lhe dê atenção exclusiva, quer mostrar como é talentosa e muito mais interessante que o irmão", diz.
        
 
 
 Como os pais podem ajudar os filhos a enfrentar o ciúme?
 
              
É fundamental agir com naturalidade quando as crianças mostram ciúmes. "Ou seja, não se devem reprimir as manifestações de ciúmes, mas acolher a demanda emocional, dando um colinho, por exemplo. Mas é preciso dar limites também", diz a psicóloga Elisa Villela. Depois de dar atenção e reassegurar à criança que seu lugar está garantido, os pais não podem se deixar aprisionar pelos desejos da criança.

"É importante mostrar que o casal tem uma unidade, e que a criança é amada pelos dois. Mas ela deverá aceitar que não poderá compartilhar tudo com eles", explica Elisa. Da mesma forma, é importante demonstrar que há um momento em que os pais cuidarão dela e outro em que cuidarão dos irmãos. "Com um limite firme, mas amoroso, os pais transmitem à criança a confiança de que ela é capaz de suportar a frustração de não ter exclusividade. Isso será fundamental para o amadurecimento e as relações de respeito e generosidade na vida social", diz.
   
 
 
Como lidar com o ciúme entre irmãos?
 
              
Os pais devem lidar com isso de uma forma natural: nem recriminar e nem achar "lindo" a briga pela posse da mãe. É preciso mostrar que a chegada do irmão não vai tirar seu lugar. Uma sugestão é fazê-lo participar de algumas atividades para receber o novo membro da família (como arrumar o enxoval, cuidar do quarto). "Se isso não ficar bem resolvido, as crianças poderão desenvolver uma forte rivalidade entre si no futuro", diz Quézia Bombonatto, psicopedagoga e presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp).

Os pais também não podem se tornar reféns dos ciúmes dos filhos. "Lembro do caso em que a mãe, temendo a agressividade do filho mais velho, se trancava no quarto quando ia amamentar o recém nascido. Esta atitude fomentava ainda mais o ciúme e o desespero da criança. Ao se sentir ainda mais excluída, esmurrava a porta e gritava sem parar", conta a psicóloga Elisa Villela. Os temores da mãe e sua dificuldade de lidar com a situação só fizeram aumentar o
ciúme e o sentimento de rejeição da criança mais velha.



O ciúme e a possessão caminham juntos? Como ensinar os filhos a não serem possessivos e a compartilhar?
 
              
O ciúme e a possessão andam juntos. "Da mesma forma, o ciúme anda junto com a baixa autoestima e a insegurança. O sentimento de posse faz parte do comportamento egoísta do ser humano: ‘tudo é meu!’. Ensinar a compartilhar e a dividir faz parte da vida, assim como ensinar a humildade, a compaixão, a espera, o desapego etc", orienta Quézia Bombonatto, psicopedagoga e presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp).
 


Fonte: Site Educar para Crescer

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