quinta-feira, 24 de abril de 2014

4 passos para um diálogo efetivo com os filhos

O que seus avós desejavam para os filhos há 50 anos? Esta foi a pergunta que o psicólogo e psicanalista Luiz Alberto Conti levantou para uma plateia de pais e mães aqui na Editora Abril, em São Paulo. Confiram as respostas que surgiram!
 
 
As mais diversas respostas surgiram: que os filhos casassem, que não fossem desonestos, que assumissem os negócios da família... Todos concordaram que estes não são o mesmo desejo que os pais têm hoje. E qual seria? Que os filhos sejam felizes.
 
 
As condições em que crianças são criadas mudaram consideravelmente desde o tempo de nossos avós, no entanto, de acordo com Luiz Alberto Conti, os modelos de criação permanecem os mesmos e aí que está o problema: a estratégia de se educar entrou em colapso e é preciso desenvolver uma nova. Para o psicólogo, a solução que se procura está no diálogo.
 
 
"Educar nas condições dos avós era muito mais fácil". O mundo se encarregava do dever e os avós apenas davam o bom exemplo em casa", afirmou o psicólogo. Ou seja, o modelo dos avós era meramente "corretivo", bastava um peteleco para corrigir possíveis desvios do comportamento cultivado socialmente.

 No entanto, o bom exemplo deixou de ser o suficiente para se educar. Hoje, é necessário por vezes ir contra o discurso do mundo e, para tanto, pais precisam desenvolver um "projeto de educação", do qual o diálogo é o núcleo central.

 "O diálogo é uma forma importante de dar limite. Quando se é muito pequeno, a punição, a autoridade, pode ser mais importante, mas quando se atinge os 11 ou 12 anos, as curvas do diálogo do esclarecimento e da punição começam a se cruzar e você precisa conseguir as coisas com conversa. Por isso, é preciso praticá-la desde cedo", explicou Luiz Alberto Conti.

 Em casa, todas as regras podem ser conversadas, porém Conti, que também é pai, acredita que há três mandamentos a serem seguidos sempre. Para ele, os pais devem criar os filhos para que cheguem aos 21 anos preocupando-se com:

 - a saúde (cuidando desde a alimentação ao uso de drogas),
- capazes de se virar na vida (independência, autonomia, disposição para aprender);
- e sendo pessoas éticas.

 De acordo com o psicólogo, é preciso mostrar aos filhos que, embora se tenha um amor incondicional por eles, não existe uma admiração ou um apoio incondicional e, caso eles cometam erros, serão chamado à atenção. Se, após este processo, o diálogo não for positivo, a imposição pode ser necessária para que os mandamentos enumerados acima se cumpram.

 Confira, abaixo, o passo a passo recomendado por Conti para a criação de uma nova estratégia familiar. O psicólogo adverte, porém, que não se trata de uma receita de bolo que sempre trará resultados positivos, porém são importantes iniciativas para desenvolver.
 
 
1. Levantar a bandeira branca
O pai ou a mãe precisa, a princípio, desarmar seu interlocutor, mostrando-se disposto a conversar. Por exemplo: supondo que o problema seja uma criança que não quer ir para cama. Deve-se iniciar o diálogo de forma amena, sem surtos nervosos repentinos. É importante mostrar que os pais são veiculadores de uma lei maior: crianças precisam dormir determinadas horas por noite para se desenvolverem melhor. A legitimidade tem a ver, neste caso, em por um saber em prática.
 
2. "Saber escutar"
Os pais devem ser capazes de entrar no mapa mental do interlocutor. Se não sabem escutá-lo, não há chance de conversa. É preciso compreender o outro lado e o porquê de seus sentimentos.
 

3. Estabelecer conexão/empatia
Colocar em suas palavras o que o filho contou é uma forma interessante de se conseguir empatia. Em um caso de um filho enciumado em relação ao irmãozinho, por exemplo, seria como dizer: "A mamãe entende que você esteja com raiva do Pedrinho, deve ser horrível ter alguém babando em suas coisas".
 

4. Apresentar o impasse
Após o momento em que você já abriu espaço para o diálogo com seu interlocutor, ouvindo-o e sendo compreensível, é o momento de apresentar seu problema. Falar que, embora seja difícil lidar com um irmãozinho, o filho mais velho deve tratá-lo direito e não machuca-lo, pois a mãe ama a ambos igualmente. Luiz Conti chama a atenção para evitar sentimentalismos excessivos. Quando se tem boa vontade, o diálogo funciona.
 

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Fonte: Educar para Crescer

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