A consulta terapêutica é o conjunto de entrevistas iniciais de número reduzido, de uma a três no máximo, que tem como objetivo tanto empreender uma investigação da demanda subjetiva do paciente, quanto realizar uma ação psicoterapêutica imediata.
Essa ideia foi proposta por Winnicott (1971) com a finalidade de explorar ao máximo as entrevistas iniciais. Ele percebeu que poderia estar usando principalmente a primeira entrevista, não só com valor diagnóstico, mas também agregando um valor terapêutico.
A ideia é estar explorando integralmente o conteúdo emergente que o paciente traz numa primeira entrevista. Todos aqui que já marcaram consulta procurando psicoterapia em sua vida, ou mesmo quem tenha marcado qualquer consulta médica sabe disso: quem marca uma consulta pela primeira vez, vai com muita esperança, pois já cria uma série de fantasias, já imagina aquele terapeuta ou médico e tudo isso é depositado no profissional numa primeira entrevista.
Cabe a este profissional aproveitar ao máximo todo o material emergente que aparece numa primeira entrevista, resultando num mínimo de trabalho psicoterapêutico, mas que na verdade faz muita diferença.
A base da consulta terapêutica é o brincar, no sentido winnicottiano do brincar, como brincar compartilhado entre terapeuta e paciente. Brincar não é só aquilo que a criança faz quando pega o trenzinho e fica pra lá e pra cá, brincar aqui se refere a toda vez que nós, ativamos na nossa vida a nossa criatividade básica junto com alguém, a gente está brincando.
Se eu gosto do que eu estou fazendo agora, e eu gosto, então eu estou brincando. Então quando nós estamos ativando a nossa criatividade, de algum jeito estamos brincando, como nas expressões artísticas e culturais.
Aproveitamos e colocamos algumas estratégias que podem ser utilizadas pelo psicopedagogo no trabalho de diagnóstico ou atendimento. Confira!
1. Desenho Espontâneo – Sem proposta temática
Objetivo: O desenho espontâneo propicia conhecer o universo simbólico, temático e conceitual da criança.
As atividades de desenho espontâneo são realizadas com uma dupla finalidade:
a) para que a criança experimente de modo criativo a linguagem expressiva sem a intervenção do adulto.
b) para que o professor observe, acompanhe e estimule o desenvolvimento gráfico de seus alunos.
2. História do desenho
Acompanhar a criação de um desenho espontâneo pela criança e depois incentivá-la a contar a história do seu desenho.
Objetivo: Investigar as relações que a criança estabelece entre os símbolos gráficos e seus significados, sua interpretação dos grafismos, e os vínculos que ela cria entre as formas desenhadas.
3. Desenho de vivências
O desenho como registro de experiência é uma atividade que possibilita documentar experiências, pensamentos, alegrias, perdas, enfim, tudo que é significativo. É enriquecedor do repertório gráfico, por referirem-se às mais diversas situações.
Objetivo: Estabelecer relações entre a leitura real com o desenho e registrar as experiências.
4. Jogo dos rabiscos
Este jogo é realizado entre duas crianças em idades semelhantes. Um jogador faz uma figura e o outro faz outra, de modo que n cena desenhada, haja uma interação entre as formas. Pode ser chamado assim diálogo gráfico.
Requer invenção e fantasia, e durante a criação das formas cada um vai dizendo o que acontece e o que acontecerá no desenho.
O jogo dos rabiscos consiste em dialogar graficamente, sendo que a criança faz um traço e a outra o completa dando sentido ao rabisco, assim sucessivamente.
Objetivo: Criar um espaço de relações, de comunicação e de experiência de interação entre as crianças e as formas.
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Crédito: IMEC Educacional
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