Além de biologia, a horta ensina sobre linguagem, matemática, estudos sociais e higiene. Confira na matéria de hoje todos os benefícios de se trabalhar com a horta na Educação Infantil!
 
 
Em novembro do ano passado, um legume virou a principal atração para os alunos do Pré-1 de um colégio particular de São Paulo.  Do outro lado da cidade, crianças de várias idades esperavam ansiosas pelo momento de plantar mudas de hortelã, alecrim e outras ervas no terreno de uma escola pública. Apesar de envolver contextos bem diferentes, ambas as atividades tinham como objetivo despertar o interesse das crianças por plantas cultivadas pelos homens. Para isso, nada melhor do que contar com um canteiro bem variado!
 
 
A ideia começou com a leitura em classe do conto russo O Nabo Gigante (Alexis Tolstoi, Livros Horizonte). Além de biologia, as crianças tiveram contato com assuntos de linguagem, matemática, estudos sociais e higiene. Esperaram pacientemente durante 50 dias até que os nabos estivessem prontos para ser colhidos e usados no preparo de pequenos pastéis na cozinha experimental da escola. "Planejamos tudo de forma interdisciplinar, mas um dos pontos cruciais era que os alunos associassem o que se planta ao que se come", contou Ayni.
 
 
Conversamos com a professora Ayni Shih Liu para entender um pouco mais a importância de cultivar plantas na escola. Confira!
 
 
Fala de Biologia
               
               
               
              
É importante as crianças entenderem todo o processo necessário para o plantio e desenvolvimento da planta. Elementos como sol, rega, tempo, solo e adubo devem ter destaque. É nesse momento também que elas entendem a importância das partes de uma planta, como raiz, folha e caule. 
 Além disso, os pequenos devem ter informações mínimas sobre as características de cada espécie plantada. Qual seu nome, seu aspecto físico (cor, cheiro, textura), sua importância na alimentação e as propriedades nutricionais. 
 As crianças terão contato com a questão do desenvolvimento individual. Às vezes uma delas se sente injustiçada por sua plantinha não ter crescido tanto quanto a do colega. Mas ela precisa entender que cada planta é diferente da outra.
 
Permite contato com outros profissionais, além dos professores
               
               
               
              
Muitas vezes os professores envolvidos nas atividades não têm grande conhecimento sobre hortas. Assim, precisam contar com a ajuda de outros profissionais. 
 Um exemplo é quando o jardineiro ou a pessoa que cuida de áreas verdes da escola ou de uma praça próxima servem como fontes de informações valiosas. Outra ideia é incluir agricultores ou vendedores de plantas nas atividades.  
 A escola pode organizar também visitas a plantações, em sítios e fazendas localizadas no interior. 
 
 
 
Desenvolve atividades interdisciplinares
               
               
               
              
Matemática, linguagem, arte. São muitas as áreas do conhecimento que podem ser trabalhadas junto com plantas. 
 No Colégio AB Sabin, após a colheita dos nabos, as crianças puderam preparar pastéis recheados do legume. "Essa foi a última atividade trabalhada, com o objetivo de discutir higiene. Mas fizemos muita coisa antes", disse a professora Ayni Shih Liu. Um exemplo foi a linha do tempo montada para acompanhar o desenvolvimento das plantas, que trabalhou conceitos matemáticos. 
 
                            
Matemática, linguagem, arte. São muitas as áreas do conhecimento que podem ser trabalhadas junto com plantas. 
No Colégio AB Sabin, após a colheita dos nabos, as crianças puderam preparar pastéis recheados do legume. "Essa foi a última atividade trabalhada, com o objetivo de discutir higiene. Mas fizemos muita coisa antes", disse a professora Ayni Shih Liu. Um exemplo foi a linha do tempo montada para acompanhar o desenvolvimento das plantas, que trabalhou conceitos matemáticos. 
Já no CEU Jardim Paulistano, as professoras planejam unir o cultivo do jardim a atividades artísticas. As folhas, galhos, flores e outras partes das plantas vão virar matéria-prima de diversos trabalhos de arte.
É lúdico e desperta os sentidos
               
               
               
               
Em um mundo cada vez mais urbanizado, atividades ao ar livre e que estimulem o contato com a natureza são preciosos. Para as crianças, o plantio e o cuidado com as plantas não só educa como diverte. 
 As plantas podem despertar outros sentidos além do paladar. Cada espécie tem uma aparência, uma textura, um cheiro distinto. É interessante que as crianças sejam estimuladas a perceber essas diferenças. 
 
Permite acompanhar o desenvolvimento de um ser vivo               
               
               
              
Acompanhar o desenvolvimento de uma planta é importante para esse momento da infância. Mas a atividade precisa ser bem planejada, para que outros assuntos sejam tratados adequadamente. 
 O ideal é que o plantio comece da semente até a planta se tornar adulta. É importante lembrar que não vale escolher espécies que demorem demais para crescer, ou as crianças podem perder o interesse na atividade. 
 Os educadores também não podem deixar de discutir os erros e imprevistos que possam acontecer ao longo do projeto. Isso também é aprendizado. As sementes de nabo plantadas pelas crianças do Colégio AB Sabin, por exemplo, foram colocadas perto demais na terra, e as plantas não se desenvolveram. O jardineiro precisou replantar tudo, e as crianças acompanharam. 
 É importante que as crianças participem do plantio. Assim elas despertam o interesse pela natureza e se sentem responsáveis por cuidar do canteiro. "E um dia, quem sabe, cuidar do planeta", completa a ecóloga Carolina Araújo. 
 Por último, que tal fazer uma horta em casa também, para seu filho acompanhar o desenvolvimento ainda mais de perto? Mesmo para quem não tem quintal, é possível manter determinadas espécies em vasos pequenos e aproveitá-las na cozinha.
 
Esta matéria foi útil para você? Deixe o seu comentário!
 
 
Crédito: Educar para Crescer
 
Nenhum comentário:
Postar um comentário