segunda-feira, 8 de julho de 2013

Infância Saudável - Crianças Prematuras

 
São consideradas prematuras (ou pré-termo), as crianças nascidas antes da 37ª semana. As principais causas de parto prematuro são: infecções urinárias, hipertensão, desnutrição, stress, exercícios físicos excessivos, uso de cigarro, álcool, drogas, traumatismos, gravidez precoce.
 
 
Crianças prematuras, geralmente, apresentam peso abaixo de 2500g e estão mais expostas a complicações que podem levar a dificuldades no desenvolvimento.
 
 
Ao nascimento
Alguns bebês precisam de cuidados especiais no hospital como:

    • berço aquecido ou incubadora para ajudá-lo a manter a temperatura corporal;

    • sonda para alimentar-se;

    • aparelhos com oxigênio para respirar adequadamente; 

    • medidas rigorosas de higiene para prevenir infecções.
 
 
Alta hospitalar: Ocorre por volta da 34ª semana, se o bebê: atingir em torno de 2 a 2,2 quilos, conseguir sugar toda a dieta, não estiver dependente de oxigênio e respirar sem dificuldade.
 
 
Mãe-Canguru
Se o bebê estiver em condições clínicas estáveis, principalmente em relação à respiração, ele pode, ao invés de ficar no berço aquecido, ser aquecido pelos próprios pais. Para isso, adota-se a posição Canguru, onde o bebê fica apenas de fralda enlaçado no peito nu do pai ou da mãe. O contato com o corpo do pai ou da mãe aproxima, aquece e conforta o bebê.
 
 
Aleitamento Materno
A amamentação é essencial para ajudar o bebê a se fortalecer, ganhar peso, ficar protegido de doenças e estreitar o vínculo mãe-bebê, por isso é muito importante que seja incentivado e que a mãe seja orientada no enfrentamento das dificuldades que surgirem.
 
 
O que fazer: Bebês prematuros podem demorar um pouco mais para começar a mamar, mas enquanto isso a mãe deve tirar seu leite para alimentá-lo por sonda ou copinho. Pode acontecer da quantidade do leite diminuir, pois o que estimula a produção é a sucção do bebê. Contudo, à medida que o bebê for crescendo, a tendência é que ele consiga sugar normalmente.
 
 
Para ajudá-lo a sugar, a mãe pode estimular o reflexo de procura, roçando seu seio ao lado da boca do bebê (o lado que estiver próximo) para ajudá-lo a procurar o mamilo e abrir a boca. Para saber mais ver a seção Amamentação.
 
 
 
Atenção: A criança prematura é mais lenta para mamar e pode se cansar rapidamente. Assim, deve-se fazer pausas durante a mamada para que ele descanse e verificar se a sua respiração está normal.
 
 
Sentimentos da mãe
A mãe de um bebê prematuro pode sentir-se culpada ou ter medo de cuidar de um bebê tão pequeno e que necessita de atenção especial. Como muitos desses bebês precisam de cuidados especializados, realizados no hospital, a mãe pode ter dificuldade de iniciar uma aproximação com seu filho.
 
 
O que fazer: Desde o hospital, é importante que a mãe inicie um contato físico mais próximo com o bebê, visitando-o sempre que puder, olhando-o e tocando-o. Para facilitar a interação, a mãe pode falar com ele, fazendo com que ele saiba que ela está ali. Além disso, realizar a trocar de fralda, dar banho e alimentá-lo ajuda na aproximação mãe-filho.
 

Quando o bebê recebe alta hospitalar, geralmente, a mãe sente-se insegura por ter que assumir a responsabilidade de cuidar sozinha da criança. Assim, deve-se lembrá-la de que se o bebê recebeu alta é porque ele já tem condições de ir para casa e que são exatamente os seus cuidados que o fortalecerão.
 

O apoio da família e dos amigos é muito importante e encorajador nesse momento. Se a mãe estiver cansada, não deve se constranger em pedir ajuda. Ela também precisa descansar para ter energia suficiente para cuidar do bebê e amamentá-lo.
 
 
Visitas
Muitas pessoas podem querer visitar o bebê, por isso é fundamental ter bom senso neste momento, evitando colocar o bebê em uma "redoma de vidro”, já que as visitas são importantes fontes de estímulo e socialização do bebê e tomando algumas precauções como:
 

    • evitar contato com pessoas resfriadas ou com gripe;

    • limitar tempo e o número de pessoas que o visitam simultaneamente, justificando que agora o bebê está em casa e tem todo tempo, não necessitando de "congestionamento" nas visitas; 
    • deixar a casa bem arejada, com portas e janelas abertas;

    • pedir que as visitas lavem as mãos antes de pegar o bebê;

    • impedir que se fume em casa.
 
 
Higiene
Dependendo da maturidade do bebê prematuro, ele não deve ser banhado todos os dias; até 1500g o bebê deve ser banhado em dias alternados. Com o seu amadurecimento, ele já pode ser banhado diariamente. Para saber mais ver a seção Banho.
 
 
O bebê prematuro tem a pele muito fina e sensível, sendo mais fácil adquirir assaduras. Portanto, a fralda deve ser trocada com mais frequência. Para prevenir assaduras é importante limpar o bumbum com água e sabonete neutro, após as evacuações e mantê-lo seco. Para saber mais ver a seção Fralda e Roupas.
 
Desenvolvimento
Para acompanhar o desenvolvimento de crianças prematuras é preciso calcular a idade corrigida da criança, isto é, subtrair da idade delas o número de semanas que faltaram para que completassem 40 semanas de gestação.
 
 
Exemplo: bebê que nasceu de 32 semanas – considerar que ele tem 8 semanas (2 meses) a menos, assim só será possível verificar os marcos do desenvolvimento esperados para a criança de 1 mês quando ela tiver 3 meses.
 

Também é necessário fazer a correção da idade pós-natal do recém-nascido prematuro antes de colocar suas medidas no gráfico de crescimento.
 
 
Até quando utilizar a idade corrigida:



Perímetro cefálico: até os 18 meses
Peso: até os 24 meses
Altura: até os 3 anos e 6 meses
 
 
 
Vitaminas e sais minerais
O prematuro tem menor quantidade de ferro armazenado no seu organismo, portanto, deve receber reposição deste mineral via oral, o que normalmente é prescrito a ele ainda na maternidade ou na unidade Básica de Saúde, onde adquire gratuitamente a medicação.
 
 
Também é necessária a suplementação com vitaminas A e D, entre outras, que deverão ser prescritas pelo médico que acompanha o bebê na Unidade Básica de Saúde. Para saber mais ver a seção Vitaminas, flúor e ferro.
 
 
Sinais de risco
Alguns sinais podem indicar o bebê não está bem:

    • hipotermia que é a temperatura baixa (menos que 36ºC) e hipertermia que é a febre (mais que 37,5ºC);

    • mudança no padrão respiratório;

    • falta de apetite acentuada;

    • tremores;

    • choro fraco e gemência;

    • sonolência, com baixa resposta a estímulos;

    • convulsões;

    • vômitos frequentes;

    • barriga aumentada e dura;

    • urina com menos frequência e de cor mais escura;

    • pele pálida ou roxa;

    • surgimento ou acentuação de icterícia.
 
O que fazer: Ao observar algum desses sinais, deve-se procurar o serviço de saúde mais próximo.

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