Veja como ensinar às crianças pequenas que a agressão não é a maneira correta de resolver os problemas
Ajude seus filhos a não agirem de forma agressiva!
Chutar, morder, bater, gritar, xingar: muitas vezes as crianças utilizam as atitudes agressivas para mostrar seus sentimentos, suas frustrações ou seus desejos. "A agressividade é uma linguagem específica utilizada para comunicar sentimentos fortes que nem sempre estão sendo percebidos pelos outros, mas que se fazem urgentes e necessários. É geralmente um pedido de socorro, um grito", explica a psicóloga Eliana de Barros Santos.
Aos pais cabe mostrar, ao longo do processo educacional dos filhos, que há maneiras melhores de se expressar e de resolver os conflitos e os problemas. Isso se faz, em primeiro lugar, dando o exemplo: as crianças, especialmente os menores, aprendem muito pela imitação das atitudes dos adultos.
Pode não parecer, mas a agressividade é uma linguagem, uma forma de expressar sentimentos e desejos. "Não é a maneira mais correta, mas talvez seja a única forma que o filho aprendeu a usar nos momentos de angústia, ansiedade e principalmente de frustração, diz Quézia Bombonatto, psicopedagoga e presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp). Entre as situações de frustração, estão, por exemplo, ouvir um "não" quando pede para os pais comprarem um brinquedo ou ter que parar de brincar na hora de ir dormir.
Quando as crianças pequenas usam a agressão para conseguir o que quer, os pais não devem atender aos desejos dos filhos, porque isso só vai reforçar a ideia de que é pela força, pela agressão e pelo grito que conseguimos o que queremos. "Os pais não podem reforçar esse comportamento. No caso da birra, não se pode atender ao pedido enquanto o filho não tiver um comportamento adequado", diz Quézia Bombonatto, psicopedagoga e presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp).
Segundo ela, os pais devem também refletir sobre como eles próprios agem quando querem alguma coisa, para avaliar se estão dando o modelo correto para seus filhos: "Os pais precisam observar suas próprias atitudes, suas "birras", antes de começarem a exigir das crianças aquilo que talvez falte em seus próprios comportamentos".
A agressividade também pode estar vinculada a situações que geram estresse na criança tais como luto, separação dos pais e a gravidez da mãe (que traz o medo de perder o afeto dos pais com a chegada do irmão mais novo).
"Para lidar com a situação de forma tranquila é necessário tomar consciência do problema e acolher a criança em seus sentimentos de receio, medo, angústia. Para isto é preciso olhar para ela com cuidado e atenção, buscando ver além do gesto que a criança está utilizando para se fazer entender.
Boas horas de intimidade e aconchego verdadeiro são os melhores remédios", afirma a psicóloga Eliana de Barros Santos.
Crianças pequenas brigam com frequência e os pais devem supervisionar de perto para orientá-los e ensiná-los sobre como se portar nessas situações, ensina a psicóloga Eliana de Barros Santos. "Se a criança bater em outra, interfira e separe os dois, mas lembre-se de não supervalorizar a briga.
Console e atenda a criança que foi agredida para depois orientar o agressor dizendo que a atitude dele não foi boa e que provocou dor no colega", diz Eliana. Ela orienta que o mesmo deve ser feito se a briga for entre irmãos: "Fique atento para não ceder aos gritos do menor, por achar que ele é mais frágil, pois dessa forma você estará mostrando que a birra tem poder.
Aja com justiça. Para crianças pequenas, até cerca de dois anos, é necessário ser incisivo e direto, dizendo em poucas palavras e de forma clara olhando em seus olhos: Não bata! Quando bate, dói".
As crianças aprendem, de forma geral, por imitação. Por isso, é preciso atenção: muitos dos comportamentos agressivos dos pais e adultos são aprendidos pelas crianças. "Criança vê, criança faz: não temos dúvida de que a criança apresenta comportamentos copiados dos seus pais ou cuidadores.
Para se evitar que a criança se comporte de forma agressiva é preciso que os pais revejam o seu próprio comportamento e identifiquem situações onde costumam se comportar de forma agressiva", diz a psicóloga Eliana de Barros Santos. "Observe se você costuma apresentar agressividade de forma física, batendo na criança ou em animais. Avalie como você trata seu companheiro ou companheira e até mesmo se costuma descontar a raiva nos objetos quando está enfurecido e perde o controle", afirma Eliana.
Ela acrescenta que há ainda outros tipos de agressividade que podem ser absorvidos pela criança, como os comentários que os adultos fazem em relação a outras pessoas. "Por exemplo, quando se diz: "esse sujeito é um idiota, alguém deveria socar a cara dele...". A criança capta a mensagem e pode vir a "socar" algum colega quando sentir que este é um comportamento natural", diz Eliana.
Fonte: Site Educar para Crescer
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