quinta-feira, 27 de agosto de 2015

A educação das pessoas com Síndrome de Down

 

Uma boa educação é um bem enorme que produz benefícios pessoais durante toda a vida. Isso não é diferente para pessoas com síndrome de Down, se bem que para elas e para seus pais ter acesso aos programas que garantem oportunidades de um aprendizado apropriado e de forma continuada pressupõe vencer uma série de desafios que vai se prolongar durante o período escolar. 
Os dados atuais permitem afirmar que a maioria das pessoas com síndrome de Down tem deficiência intelectual de intensidade leve ou moderada, diferentemente das descrições antigas, que falavam em um atraso severo. O mais encorajador é comprovar que, quando a boa ação educativa persiste, não há razão para que a deficiência intelectual se torne mais acentuada na passagem da infância para a adolescência. Existe um conjunto de características comuns a todas as formas de deficiência intelectual. São elas:
- A aprendizagem é mais lenta;

- É necessário ensinar muitas coisas às crianças, pois elas não aprendem sozinhas;

- É preciso ir passo a passo no processo de aprendizagem, levando-se em conta as características próprias de pessoas com síndrome de Down;

- É preciso identificar de que forma o aluno aprende melhor;

- Não cabe adotar uma atitude passiva, pelo contrário, o bom educador deve ser proativo, utilizando maneiras criativas e interessantes de ensinar estimular o estudante a aprender ou buscar alternativas que compensem as dificuldades intrínsecas.
Como exemplo e sabendo que há inúmeras possibilidades e caminhos e a serem seguidos, aqui vão algumas sugestões (adaptadas de Espinosa de Gutiérrez) de soluções a problemas frequentemente encontrados. Apesar de se referirem a estudantes com deficiência intelectual em geral, também se aplicam a alunos com síndrome de Down:
- A aprendizagem se dá num ritmo mais lento;

- Devemos oferecer-lhe um maior número de experiências variadas para que aprenda o que o ensinamos;

- Fica cansado rapidamente, sua atenção não se mantém por um tempo prolongado;

- Inicialmente, devemos trabalhar durante curtos períodos de tempo, aumentando-os pouco a pouco;

- Às vezes não se interessa pela atividade ou se interessa por pouco tempo;

- Devemos motivá-lo com alegria e com objetos chamativos e variados, para que se interesse pela atividade;

 - Muitas vezes não consegue realizar a atividade sozinho;

 - Devemos ajudá-lo e guiá-lo apenas o necessário para que realize a atividade, até que consiga fazê-lo sozinho;

- A curiosidade para conhecer e explorar o que está à sua volta é limitada;

- Devemos despertar nele o interesse pelos objetos e pessoas que o rodeiam, nos aproximando e mostrando as coisas agradáveis e chamativas;

- É difícil para ele se lembrar do que já fez e do que aprendeu;

- Devemos repetir muitas vezes as tarefas já realizadas, para que se lembrem de como fazê-las e para que servem;


- Não se organiza para aprender sobre os acontecimentos da vida diária;

- Devemos ajudá-lo  a aproveitar todos os fatos que ocorrem ao seu redor, bem como lembrá-lo de sua utilidade, relacionando os conceitos com o que foi aprendido na sala de aula;

- É mais lento ao responder;

- Devemos sempre esperar com paciência e ajudá-lo, estimulando-o ao mesmo tempo para que responda cada vez mais rapidamente;

- Não costuma inventar ou procurar situações novas;

- Devemos conduzi-lo a explorar situações novas, a ter iniciativas;

 - Tem dificuldades em solucionar problemas novos, mesmo que sejam semelhantes a outros problemas vividos no passado;

- Devemos trabalhar permanentemente, dando-lhe oportunidades de resolver situações da vida diária, sem anteciparmos nem responder em seu lugar,

- Consegue aprender melhor quando foi bem sucedido em situações anteriores;

- Apresente situações que são possíveis para o aluno e aumente progressivamente o grau de dificuldade;

 - Quando conhece imediatamente o resultado positivo de sua atividade, se interessa mais em seguir colaborando;

- Devemos dizer-lhe sempre o quanto se esforçou, o quanto já alcançou, animando-o pelo sucesso já alcançado. Assim é possível que ele se interesse mais pela atividade e aguente trabalhar por mais tempo;

 - Quando participa ativamente da tarefa, aprende melhor e se esquece menos;

 - Devemos planejar atividades em que ele intervenha ou atue como sujeito principal;

- Quando se pede que ele realize muitas tarefas em pouco tempo, se confunde e rejeita a situação;

- Devemos selecionar as tarefas e dividi-las pelo tempo, de forma que não se confunda nem se canse.
A evolução necessária para os programas educativos tem que se ajustar à etapa evolutiva: desde bebê até a idade escolar, da idade escolar ao profissional que, ao mesmo tempo, desempenha sua função laboral, reserva parte de seu tempo para seguir aprendendo.
Cada etapa tem suas características próprias, mas é preciso prestar atenção especial a alguns aspectos, desde o começo da ação educativa no programa de estimulação precoce e ao longo de todo o processo educativo:
- A programação por objetivos

 - O desenvolvimento das capacidades, tendo em conta que se trata de um processo evolutivo

- O desenvolvimento da atenção

- O desenvolvimento da percepção e discriminação

 - O desenvolvimento das habilidades manuais

- A comunicação e linguagem

- O desenvolvimento da leitura, escrita e cálculo

- A educação para autonomia


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