As tarefas de matemática na segunda etapa do ensino fundamental começam a trazer temas que, para muitos pais, estão há muito tempo esquecidos e para outros são verdadeiros problemas. Como agir, então, se o filho pedir ajuda na resolução de um exercício?
Antes de tudo é preciso tomar cuidado para não repassar qualquer tipo de preconceito com relação à disciplina em si. Desta maneira está-se dizendo para o filho que ele tem a opção de não aprender aquilo. Afinal, se o adulto chegou até onde chegou sem precisar daquele conhecimento, ele também pode abrir mão dele".
Também não ajuda ir para o outro extremo. Pais que têm mais facilidade com os números ou cujo trabalho exige este domínio devem ficar atentos para não usar isto para uma demonstração de competência perante o filho ou de impaciência diante da dúvida.
Outro ponto fundamental é o de ajudar o filho a enfrentar a dificuldade apresentada. "A geração atual não lida bem com nenhum tipo de frustração de tão acostumada que está em ter tudo nas mãos, bastando um clique para ter uma resposta que procura na internet", afirma Iolanda de Souza Oliveira, professora de matemática das turmas de 8º ano do Ensino Fundamental do Colégio Anchieta. "Os pais precisam mostrar a importância da tentativa e erro, ressaltar que errar faz parte do aprendizado".
Os dois educadores tranquilizam os pais lembrando que, a princípio, o filho terá sempre condições para realizar a tarefa enviada para casa. "A lição é complementar ao que foi trabalhado em sala de aula. Ou seja, ele já teve contato anterior com aquele conteúdo explicado pelo professor. Em casa, os pais podem lembrá-lo disso, ajudá-lo a controlar a ansiedade e, caso ele tenha dúvidas, caminhar passo a passo com ele até a resolução", diz Iolanda.
Confira as dicas para ajudar neste trajeto:
1. Atenção ao enunciado
Os pais podem ser mediadores desta leitura, pedindo para o filho ler o enunciado e explicar o que entendeu.
O exercício é de matemática, mas a dificuldade pode estar na compreensão de texto ou na leitura desatenta do que está sendo solicitado. "O aluno bate o olho, vê os números e já começa fazer conta, sem sequer se preocupar com o que, realmente, o exercício está pedindo", comenta Iolanda. Para ela, os pais podem ser mediadores desta leitura, pedindo para o filho ler o enunciado e explicar o que entendeu.
2. Procurar exemplos
Diante de uma dúvida, sugira que seu filho volte ao caderno e ao livro e procure modelos de exercícios parecidos e tente recordar como ele solucionou ou como foi explicado em sala. Saiba, no entanto, que, em algumas vezes, não será possível encontrar proposições semelhantes. "Precisamos desafiar os alunos a irem além, matemática tem muito de repetição, mas não é simplesmente reprodução. Por isso, entre os exercícios propostos existirão aqueles que exigirão um pouco mais, levando a uma forma de resolução diferente ou completamente nova", explica Iolanda. Neste caso, os pais podem comentar com o filho que estão diante de um exercício como este e estimular de forma positiva a tentativa de resolução.
3. Identificar a raiz da dificuldade
A lição de casa é sobre um conteúdo novo, recém-trabalhado em sala de aula, e tudo esta indo muito bem na resolução dos exercícios até seu filho se deparar com uma divisão de números decimais (com vírgula) ou com uma soma de frações. Perceber que a dificuldade está neste ponto é uma contribuição valiosa dos pais.
A lição de casa é sobre um conteúdo novo, recém-trabalhado em sala de aula, e tudo esta indo muito bem na resolução dos exercícios até seu filho se deparar com uma divisão de números decimais (com vírgula) ou com uma soma de frações. Perceber que a dificuldade está neste ponto é uma contribuição valiosa dos pais. "Muitas vezes, o problema está na capacidade de resolver operações básicas que foram trabalhadas em anos anteriores", comenta Iolanda. "Neste caso, o ideal é conversar com o professor para, juntos, traçarem uma estratégia para retomar estes conhecimentos". Os educadores lembram que os pais não podem esperar que isto seja feito em classe, já que o professor precisa dar sequencia à matéria prevista. Por isso a importância de uma parceria pais-escola. O professor pode passar uma lista de exercícios extra, orientar os pais para encontrar explicações didáticas na internet, ou mesmo, recomendar aulas particulares. "O importante é que haja um prazo definido para esta revisão, ou seja, que haja uma meta para o aluno conseguir superar esta dificuldade para que a situação não se prolongue e as dúvidas não se acumulem", defende Domingos.
4. Perceber se há falta de foco
Como a matemática exige uma compreensão de todo e, na maioria das vezes, não se chega a um resultado de forma direta, é preciso, novamente, trabalhar a ansiedade do filho, para realizar a tarefa com calma e foco.
Outra característica da geração atual é a dificuldade de concentração. Expostas a uma quantidade enorme de informação e estímulos (jogos, internet, televisão, celular, etc), as crianças têm mais dificuldade em seguir uma linha de raciocínio mais linear. "Vivemos uma época em que tudo é fragmentado e acontece muito rápido" diz Iolanda. Como a matemática exige uma compreensão de todo e, na maioria das vezes, não se chega a um resultado de forma direta, é preciso, novamente, trabalhar a ansiedade do filho, para realizar a tarefa com calma e foco.
5. Orientar que as dúvidas sejam resolvidas com o professor
Se mesmo seguindo as orientações principais a dúvida persistir, o ideal é pedir para a criança levar a questão diretamente para o professor. E, depois, mostrar interesse em saber como o exercício foi resolvido e se a dificuldade foi sanada.
Se mesmo seguindo as orientações principais a dúvida persistir, o ideal é pedir para a criança levar a questão diretamente para o professor. E, depois, mostrar interesse em saber como o exercício foi resolvido e se a dificuldade foi sanada.
6. Elogiar o cumprimento das tarefas
"Os pais não deixam de cobrar a lição ou chamar a atenção quando recebem um bilhete informando que o filho não fez a tarefa, mas dificilmente se lembrar de elogiar quando a criança cumpre sua responsabilidade. Reconhecer o esforço é algo extremamente motivador", defende Iolanda.
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Crédito: Site Educar para Crescer
"Os pais não deixam de cobrar a lição ou chamar a atenção quando recebem um bilhete informando que o filho não fez a tarefa, mas dificilmente se lembrar de elogiar quando a criança cumpre sua responsabilidade. Reconhecer o esforço é algo extremamente motivador", defende Iolanda.
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