Sabe qual é a maneira mais certa de deixar seu filho infeliz? Acostumá-lo a receber tudo.Ajudar os filhos a lidar com as frustrações e orientá-los sobre o que é razoável ou não os torna mais seguros e flexíveis.
As crianças precisam aprender que suas atitudes têm consequências e que elas não podem fazer tudo o que quiserem. Frustrar determinadas expectativas, dizer não, é ensinar. Essa é uma função paterna e materna, faz parte de educar.
Ultimamente, porém, pronunciar essa palavrinha tão curta parece extremamente difícil. Muitos pais e mães trabalham muito e se sentem culpados e em falta em relação aos filhos... Ou porque lhes dão menos atenção do que gostariam ou porque os veem por pouco tempo. Isso provoca um desejo de compensar os filhos fazendo suas vontades e não colocando limites que causariam frustração a todos.
O não é sempre uma frustração de uma expectativa ou desejo - e não há como aliviar isso. O que acontece é que são essas frustrações que formam o caráter da criança, ensinando-a a buscar de forma criativa outras maneiras de se sentir satisfeito e percebendo que é possível suportar uma espera ou mesmo a não realização de seu desejo.
Isso torna a criança mais forte para as intempéries que certamente a própria a vida lhe . Dizer não faz parte, e é bom para o seu filho. Então, que tal aprender a fazer isso, sem culpas? Eis algumas orientações para guiar você nesse importante caminho.
1. Aprenda isso em casa
Na vida, sempre será preciso enfrentar frustrações e respeitar limites. As crianças precisam estar preparadas para isso. É melhor que elas aprendam em casa, com seus pais, em um ambiente no qual sabem que são amadas e se sentem protegidas do que fora, ou muito mais tarde, quando a queda pode ser maior.
2. Saiba quando dizer não
Escolha os "nãos" que você vai dizer. Pense quais são os pontos realmente importantes, de que você e sua família não abrem mão .3. Seja firme e coerente
"A melhor forma de dizer um não para o seu filho é apenas dizê-lo quando você estiver seguro de que é um não mesmo, que não vai virar um sim depois. Não dá para proibir uma coisa um dia e, no outro, por estar cansado ou para não armar uma briga, ceder.
4. Os pais têm que entrar em acordo
É importante que os pais combinem esses "nãos" juntos, ou que se falem antes de dar uma resposta, para que a criança não fique perguntando para um e depois para o outro e manipulando a situação.
5. Controle as opções
Seu filho pequeno não precisa ter tantas escolhas, isso é angustiante para uma criança. Não faça muitas perguntas ou deixe muitas decisões para ele tomar, isso desorienta. A tomada de decisões deve ser ampliada de acordo com a autonomia e a maturidade da criança.
6. Um "não" para cada idade
"Cada idade tem seus "nãos". Uma criança de 3 anos pede "nãos" e consequências mais contundentes e imediatas que uma criança de 6 ou 7 anos, que já consegue negociar e já não faz tanto uso da birra. Já o adolescente precisa de "nãos" e consequências muito claras, pré-combinadas e justas" diz Rosana Augone.
7. Cuidado com as birras
Birras em público parecem ser as "preferidas" das crianças, porque a probabilidade de os pais cederem é maior. As crianças sabem disso e os pais ficam com muita vergonha. "Nestas situações, o melhor é se retirar para um local o mais privativo possível, abaixar, segurar seu filho pelos braços com firmeza, mas sem machucar, pedir para ele olhar nos seus olhos e dizer o que ele precisa fazer. Ao dizer um não, o tom de voz, a altura de que você fala e a linguagem tem de ser clara. Depois de deixar claro isso, tente chamar a atenção da criança para outra coisa.
8. Fiscalize suas ordens
Existem situações em que a criança "pede" o não, testa se aquele combinado é para valer e quer saber se os seus pais estão prestando atenção nela, se estão vendo que ela está ou não cumprindo o combinado. Ela quer ouvir de novo aquele não de seus pais para reafirmar o que é certo e sentir-se segura. Essa é a hora de não titubear.
9. Tolere a raiva
É normal seu filho ficar com raiva de você ao receber um não. Respeite essa raiva. Tolere-a. Saiba que isso faz parte de sua educação e que aprender a ouvir não e lidar com eles fará dele uma pessoa mais feliz e flexível.
10. Entenda o seu lugar de pai/mãe
Não é porque o seu filho sabe argumentar bem, explicar razões, que o argumento dele vale mais que o seu. Ele precisa saber que não é ele quem decide determinadas coisas, por mais que as queira ou as entenda.
11. Não sinta culpa
Não se deixe levar pela culpa, achando que você tem de dar mais, fazer mais pelo seu filho. Mas esteja lá quando puder. Se você tem pouco tempo para estar com seu filho, faça desse tempo um tempo de qualidade, estando de mente e corpo presente. Dê atenção à criança e, quando não puder, diga claramente que naquele momento não dá.
12. As influências de fora
Às vezes, seu filho quer muito algo (ir a uma festa, assistir a um determinado programa ou ganhar um objeto caro, por exemplo). E todos os outros pais da escola, mesmo que alguns até achem inadequado, cederam. "Não é nada fácil fugir da influência da mídia e dos outros", diz a psicóloga Rosana Augone. "Mas explicar ao seu filho porque você está dizendo aquele não, porque você não concorda com a maioria e deixar claro como sua família pensa e no que credita é da maior importância para a construção moral dele".
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