quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Por que bebês tão pequenos podem ser agressivos?

De repente, seu bebê fofo e rosado, que até então só inspirava doces emoções, contorce o rosto, grita irritado e... crava as unhas em seu braço!
 
 
Tudo isso só porque você o tirou de perto da escada ou não o deixou pegar algo. Não importa a razão, a primeira vez que tomamos contato com a raiva do filho pode ser assustador. Ficamos angustiados: como um bebê já pode ser tão agressivo? Será que sua educação está errada? Ele será uma criança má? Ainda tem saída? Conversamos com especialistas para saber a resposta dessas e outras perguntas que passam pela cabeça (e o coração) dos pais nessas situações.
 
 
Por que bebês tão pequenos podem ser agressivos?
 
Até completarem 3, 4 anos, as crianças são desprovidas de recursos para lidar com a frustração. Imagine um bebê cheio de curiosidade e desejos. Quando suas vontades não são atendidas, surge um sentimento de decepção muito forte – e rápido. Ele não sabe lidar com essa intensidade. Como não fala, não tem argumentação e raciocínio, usa o físico para se manifestar. “A criança pequena não tem competência cognitiva para trabalhar a frustração. Ela agride para se defender do que sente e não entende aquilo como uma agressão. É instintivo”, explica a psicóloga Rita Calegari, do Hospital São Camilo Pompeia, em São Paulo.
 
 
 
A boa notícia é que, com o tempo e a educação que recebe, a criança aprende a transformar essa raiva em um comportamento aceito pela sociedade – e por você. Descobre uma maneira, uma válvula de escape para lidar com as frustrações, assim como nós adultos fazemos na maioria das vezes. A notícia não tão boa é que, depois dos primeiros dois anos de vida, aparecem outros fatores que levam à agressividade. Um deles é a própria personalidade da criança. Algumas realmente serão mais raivosas do que as outras e exigirão uma orientação mais profunda para se adequar e direcionar essa energia para algo positivo.
 
 
 
Certos acontecimentos na família, como mudanças, separação, doenças e discussões, assustam a criança e ela pode reagir, sendo agressiva. “Pode ser algo muito inconsciente e angustiante, de funcionamento familiar, pais enfraquecidos, submissão a avós, iminência de separação e outros sintomas de que a família não está bem estruturada”, diz a psicóloga Daniela Rocha Paes Peres. A criança fica insegura com o contexto familiar e descobre na agressividade uma forma de sinalizar que precisa de atenção, explicações, carinho e até limites para se sentir bem novamente.
 
 
 
O pequeno também pode ser hostil porque imita os adultos que a cerca. Muitas vezes, não nos damos conta de como podemos ser violentos no dia a dia. Na hora de comemorar um gol, quando aproveitamos para nos manifestar sobre o adversário ou na hora de reclamar do vizinho que está dando uma festa. A criança está sempre ali, observando nossas reações, aprendendo com elas. E mais uma vez, como não sabe argumentar, traduz a energia agressiva que quer imitar para o físico, batendo, mordendo, chutando.
 
 
 
Criança agressiva é culpa dos pais?

Os pais devem se sentir responsáveis pelo filho, mas não podem achar que serão capazes de moldá-los completamente. Uma criança de temperamento mais agressivo não mudará totalmente. O que muda é que, com a educação, os pais ajudarão a perceber o quanto ela perde com certas atitudes. É preciso lidar com a personalidade dela.
 
 
 
Mas, em alguns casos, a família pode estar incentivando essa atitude. Isso acontece quando a criança os imita. A agressividade do filho pode ser reflexo direto de uma identificação com um adulto. “Se o pai dirige de maneira violenta, xingando e fechando os outros carros, esse é o modelo de masculinidade que o filho vai receber. Uma família mais agressiva, com pais muito bravos, virulentos em suas palavras, transmite esse modo de funcionamento aos filhos. Fica natural se comportar dessa maneira”, explica Daniela Peres.
 
 
 
Outro descuido comum que pode gerar o comportamento raivoso da criança é a falta de limites. Sim, educar é difícil, dizer “não” milhares de vezes ao dia pode parecer insano, mas é necessário. Apesar de aparentar o contrário, filhos que fazem tudo o que querem ficam inseguros, querem a proteção de um “não pode”, a orientação dos pais. Mesmo bebês de apenas 2 anos já mostram a sua raiva para sinalizar a falta de limites.
 
 
Fique ligado! Procure a ajuda de um profissional especializado para lhe ajudar a lidar com esta situação!

Nenhum comentário:

Postar um comentário