Produzir bons textos é a preocupação da maioria das pessoas. Há quem pense que, para escrever bem, basta acertar a pontuação e a ortografia. Dois outros textos sobre produção textual foram publicados recentemente no Conversa: O que é clareza textual? e Como escrever com objetividade?
Quais os usos do QUE e como evitar sua repetição?
A palavra que pode pertencer a mais de uma classe e exercer diversas funções sintáticas. Morfologicamente, ele pode ser substantivo, pronome, advérbio, conjunção, interjeição, partícula de realce.
Exemplos:
Não sei o QUÊ fazer para resolver o problema. – É usado com o sentido “que coisa” e é sempre acentuado; pode ser precedido por artigo, numeral ou um pronome adjetivo.
Aquele é o homem QUE arranjou emprego. – É um pronome relativo e refere-se a um termo anterior.
QUE horas são? – É um pronome interrogativo.
QUE linda canção ouvimos no rádio. – Funciona como advérbio, realçando o adjetivo presente na oração.
Temos certeza de QUE nosso plano dará certo. – Conjunção integrante da oração completiva nominal.
QUÊ? Você ainda não tomou seus remédios? – É usado com interjeição e é sempre acentuado.
Qual QUE é a sua casa? – Funciona apenas como uma partícula de realce (não pertence a nenhuma das dez classes de palavras da língua portuguesa)e não possui função na oração.
Um dos problemas da produção textual é o uso excessivo da palavra QUE, tornando o texto repetitivo e demonstrando o desconhecimento do autor sobre as possibilidades da língua. Observe o exemplo abaixo:
Solicitei-lhe que me remetesse a mercadoria que me prometera a fim de que eu pudesse saldar os compromissos que tinha assumido.
Veja como fica o período sem a repetição:
Solicitei-lhe a remessa da mercadoria prometida a fim de que eu pudesse saldar os compromissos assumidos.
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