quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Comportamento - Inclusão de alunos superdotados e com altas habilidades

Foto: INCLUSÃOIncentivo é a palavra: para uma criança que adora aprender e ser desafiada, a escola tem de se preparar para estar sempre um passo à frente - o que é bom para ela, para a criança e para todos os seus colegas. Dois professores por turma e, principalmente, uma sala de recursos capacitada para desenvolver as mais diversas facilidades são possíveis ferramentas para acolher alunos com altas habilidades e superdotação.
 
 
 
1. Diagnóstico de superdotação e altas habilidades
Para entender a superdotação e as altas habilidades, é preciso lembrar, em primeiro lugar, que crianças são muito inteligentes e curiosas. Elas só serão consideradas superdotadas quando apresentarem uma habilidade muito acima da esperada para a sua idade, ou mesmo um talento único para qualquer idade.
 
Em geral, essa característica é notada pelos pais e pelos professores. O passo seguinte é encaminhar a criança a um psicólogo ou psicopedagogo, que, por meio de testes e de um acompanhamento contínuo por determinado período, fará ou não o diagnóstico de superdotação.
 
 
2. Características gerais do superdotado
A criança ou o adolescente com superdotação ou altas habilidades possui, além de um talento e interesse marcante por uma determinada área, algumas ou muitas das seguintes características: habilidade para pensamentos abstratos e associativos; grande capacidade de transferir o aprendizado para situações reais; atitudes colaborativas; grande capacidade de articulação, síntese e análise de conceitos; tendência à inovação; tendência à liderança e à organização e estruturação de grupos; capacidade de observar fenômenos; capacidade de compreender outros pontos de vista; percepção geral apurada.
 
Além disso, pode apresentar dificuldades como: intolerância e oposição ao meio; resistência a imposições e à autoridade; não aceitação da superficialidade, da falta de estrutura e da rotina; dificuldade com situações que considere enfadonhas.
 

3. Meu filho/aluno é um gênio?
A ideia de gênio é um tanto mítica: em geral, ela é usada para definir pessoas que fizeram grandes bens à humanidade ou que, pelo menos, mudaram o curso da história. Em princípio, crianças que apresentam superdotação e altas habilidades não são gênios, e esse estigma pode não ser benéfico a elas.
 

4. Percepção do talento
             
O professor, paralelamente à família, é o principal responsável pela percepção de talentos específicos entre os seus alunos, por isso é importante que fique atento.
 

5. Aprovação exagerada ou indiferença: extremos a evitar
             
No caso das altas habilidades e da superdotação, notam-se dois riscos opostos a que a criança está sujeita: ou a aprovação exagerada, ou a indiferença por parte de pais e professores. 
 

6. Dupla excepcionalidade
              
É possível que a criança que apresente superdotação também tenha outra condição particular, como autismo, hiperatividade ou alguma deficiência, sem que uma coisa seja relacionada à outra. 
 
No caso de dupla excepcionalidade, a inclusão escolar ganha novos contornos, e os pais devem envolver a escola na questão. Atenta a isso, a escola tem de fazer o possível para que a criança aprenda e se sinta incluída nas atividades e com os colegas.
 
 
7. Escola bem preparada
              
"Assim como alunos com deficiências, o aluno com superdotação ou altas habilidades também está fora da média - não se trata de ‘aluno mediano’", expõe o psicólogo Felipe de Souza, doutorando da UFJS. É por isso que, para todos os casos de inclusão, a abertura da escola às diferenças é essencial. E, em se tratando de altas habilidades, coordenadores e professores são convidados a um desafio: informar-se e formar-se cada vez mais, para ficar ao menos um passo à frente do aluno. "Para trocar conhecimentos com os meus alunos, preciso também me manter extremamente informada sobre as suas áreas de interesse", confirma a professora Zuleide. Uma possível ajuda é manter dois professores na classe em que haja crianças com altas habilidades/superdotação, pois isso evita a sobrecarga sobre um só profissional.
 

8. Sala de recursos
             
Para o aluno com altas habilidades, a sala de recursos é um instrumento essencial, seja ela dentro ou fora de sua escola regular. É nesse ambiente que ele terá a sua habilidade estimulada e desenvolvida, e onde dará vazão à grande curiosidade que o caracteriza como aluno. Ali, ele também não se sentirá obrigado a nada, pois não terá aulas, mas sim orientações. que ele estiver na aula regular.
 

9. Acompanhamento psicológico
Na maioria dos casos em que a criança apresenta superdotação e altas habilidades, o acompanhamento psicológico pode ter um papel fundamental em sua vida. Com a ajuda de um profissional, ela compreenderá melhor o seu lugar no mundo, como pode desenvolver as suas habilidades e como lidar com as pessoas à sua volta. Muitas escolas oferecem esse apoio psicológico; caso não, os pais podem procurá-lo fora do ambiente escolar.
 

10. Convivência com outras crianças
              
Ao contrário do mito de que "gênios" são difíceis, muitas crianças com superdotação e altas habilidades têm facilidade para lidar com os colegas e até uma tendência à liderança. Por outro lado, serem estigmatizadas como "geninhos" e/ou elas mesmas se sentirem acima dos amigos da escola são aspectos que podem dificultar a convivência, por isso o acompanhamento psicológico e uma atitude atenta por parte de pais e professores é imprescindível. É sempre bom ressaltar que a criança com uma determinada facilidade também tem as emoções e a inexperiência características de sua idade. "Às vezes até os pais se esquecem disso, mas a criança com altas habilidades também precisa desenvolver passo a passo o seu aspecto emocional, como qualquer outra pessoa", reforça a professora Maria Zuleide.


Alunos superdotados precisam ser desafiados sempre!

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