quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Ter tiques é grave?

​O que são tiques? O que causa os tiques? Como é feito o diagnóstico? Ter tiques é grave? Que impacto têm os tiques na criança? O que fazer então enquanto pais? Existe tratamento?
 
 
Tiques são movimentos (chamados tiques motores) e/ou sons (tiques fónicos ou vocais) breves, repetidos, sem objetivo nem propósito claro, por vezes socialmente desadequados e embaraçosos.
 
 
Associam-se a ansiedade e desconforto interior, que aliviam após a concretização do tique. Por este motivo, quando são impedidos deixam a criança inquieta, tensa e nervosa.  São involuntários, ou seja, a criança não os realiza deliberadamente nem tem controlo sobre o momento em que ocorrem ou a sua intensidade, surgindo também durante o sono.
 
Geralmente começam por volta dos 6 anos de idade, muitas vezes de forma súbita e têm tendência a melhorar até ao final da adolescência.
 
O que causa os tiques?
Ainda não está perfeitamente esclarecida a causa desta perturbação, porém envolve alterações em determinados circuitos cerebrais e neurotransmissores (substâncias que fazem circular a informação no cérebro). 
 
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico é clínico, significando isto que é através da história que contam os pais, professores e a própria criança, bem como da observação da criança pelo médico, que se conclui pela existência de tiques.
 
Que impacto têm os tiques na criança?
Embora em si mesmos os tiques maioritariamente não sejam um problema grave de saúde, parecem por vezes simular comportamentos de desobediência e rebeldia, sendo alvo de crítica e desdém.
 
Por este motivo têm um impacto potencialmente negativo na vida da criança, sobretudo quando ocorrem na escola, em casa de amigos, etc., locais em que a compreensão é menor, ao contrário do que acontece em casa, na presença da família mais próxima.
 
Desta forma, a criança sente-se embaraçada, pode desenvolver uma baixa autoestima e ficar até deprimida.
 
O que fazer então enquanto pais?
1. Não repreender a criança por fazer os tiques.
 
2. Assegurar à criança que não deve sentir-se inferior aos companheiros, evitando os próprios pais fazê-la sentir dessa forma.
 
3. Igualmente importante é reconhecer e dar a entender às pessoas que convivem com a criança, que os tiques não são voluntários nem contagiosos. Podem ser suprimidos, porém apenas por instantes e à custa de níveis altos de ansiedade, o que não é benéfico para a criança.
 
Existe tratamento?
A maioria das situações não requer tratamento, uma vez que corresponde a uma perturbação transitória, com impacto reduzido no dia-a-dia da criança a partir do momento em que tanto ela como as pessoas que com ela convivem são educadas quanto à benignidade da situação.
 
Noutros casos, a intensidade, tipo e frequência dos tiques, bem como a existência de perturbações associadas (sintomas depressivos, dificuldade de concentração, comportamentos de autoagressão, impulsivos e/ou obsessivos), podem necessitar de tratamento. 
 
Este pode ser simplesmente através de terapia, se se concluir que a criança e a família necessitam sobretudo de aprender a lidar com uma situação transitória. Contudo, nalgumas situações menos frequentes e quando a interferência no quotidiano é significativa, pode ser necessário recorrer a medicamentos. Nestes casos a criança é geralmente encaminhada para um especialista (Neuropediatra).
 
 
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Crédito: Site Mamãe me quer

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