O Programa de Saúde Auditiva Escolar é um programa com a finalidade de avaliar e realizar o monitoramento auditivo de crianças em idade escolar na própria creche ou escola, sendo os testes realizados no ambiente de convívio diário da criança, facilitando o acesso a avaliação auditiva, já que algumas escolas indicam a realização da audiometria e exame visual anualmente.
Algumas crianças em idade escolar podem apresentar perdas auditivas de grau leve e/ou moderado que passam despercebidas por pais e professores. Em alguns casos influenciam na aprendizagem escolar ou ocasionam trocas na fala e/ou escrita, desatenção ou atraso do desenvolvimento da fala e da linguagem infantil.
Mesmo aquelas crianças que foram avaliadas logo após o nascimento através do Teste da Orelhinha, necessitam realizar nova avaliação auditiva quando entram na escola pois algumas crianças podem apresentar problemas durante o crescimento e desenvolvimento infantil.
Quais seriam as causas mais comuns de alterações auditivas em crianças?
Otites de repetição – Existem inúmeros tipos de otites. As otites quando recorrentes podem afetar a capacidade auditiva infantil. Por exemplo, a otite média aguda é facilmente percebida pelos pais por conta do seu quadro clínico apresentar dor. Quando apresentada desta nesta forma, a própria criança informa que o ouvido está doendo através da fala ou quando pequena, colocando a mão em direção ao ouvido. Já a otite média secretora é um tipo de otite que o quadro clínico não apresenta dor, apenas diminuição auditiva decorrente do acúmulo de secreção dentro da orelha média. Assim sintomas como perguntar sempre "o que?", "ah?", pedir para assistir a TV com o volume bem forte, são comuns em crianças com otite média secretora que só será diagnosticada através de exames auditivos, principalmente o exame de timpanometria.
Processos alérgicos – As alergias respiratórias podem levar a obstrução da tuba auditiva, ou seja, o canal que comunica o nariz com o ouvido fica "inchado" acumulando líquidos na orelha média.
Rinite, sinusites e resfriados – Esses quadros clínicos podem levar a uma pequena diminuição auditiva de caráter reversível por conta da presença de secreção na orelha média, ou funcionamento inadequado da tuba auditiva.
Hipertrofia das adenoides – É conhecida popularmente como "carne do nariz". Todos nós temos adenoides. O que provoca a diminuição auditiva em algumas crianças com hipertrofia de adenoides é justamente o aumento do tamanho da adenoide. Esse aumento pode ser por causa de processos alérgicos não tratados ou persistentes, exposição diária a agentes causadores de alergia respiratória, dentre outras causas.
Perfurações timpânicas – Esses são casos ocasionados principalmente por traumas tais como: introdução de objetos pontiagudos no ouvido como grampos, lápis, tampa de caneta, ou até mesmo o cotonete quando utilizado de forma incorreta. Nenhum tipo de objeto deve ser colocado dentro do ouvido, por conta de ocasionar danos na membrana timpânica (pele que fica no final do canal do ouvido) que é muito frágil. Algumas vezes crianças colocam miçangas, grão de feijão ou arroz, bolinhas pequeninas de isopor ou qualquer outro tipo de objeto pequeno e pode perfurar a membrana timpânica.
Acúmulo excessivo de cerume – o nosso ouvido produz naturalmente cera. Ao utilizar o cotonete colocando dentro do ouvido como uma forma de "limpar o ouvido". O que acontece na verdade é que o cotonete empurra a cera para dentro do ouvido ficando bem próxima a membrana timpânica e acaba acumulando e formando uma "rolha de cera". Em alguns casos a rolha de cera pode ocasionar uma diminuição auditiva e deve ser retirada. Parotidite – Conhecida popularmente como caxumba. Pode deixar sequelas como é o caso da perda de audição geralmente unilateral, ou seja, somente em um ouvido. Meningite – A meningite pode deixar sequelas auditivas, pois em alguns casos compromete o ouvido interno e nervo auditivo.
Internações/medicamentos – Alguns remédios utilizados de modo prolongado como os antibióticos aminoglicosídeos (exemplo: gentamicina, amicacina, estreptomicina, neomicina) utilizados no tratamento de pneumonias ou infecções de vias aéreas superiores, por exemplo, podem causar lesões nas células que existem dentro do ouvido podendo levar a uma diminuição da audição por conta da ação tóxica desse tipo de medicamento.
Fique atento ao seu filho/aluno! Procure ajuda especializada quando necessário! A Clínica de Terapias Integradas de Madureira pode lhe ajudar!
Crédito: Viviane Fontes - Fonoaudióloga
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