domingo, 11 de dezembro de 2016

3 coisas sobre a fala das crianças


Quais são os problemas de fala mais comuns e quando aparecem?
O primeiro que pode surgir é o atraso no início da fala, que é percebido quando a criança articula pouco ou quase nada aos 2 anos, idade em que deveria conseguir se comunicar com frases simples, como “me dá.” Se isso não acontece, é preciso marcar uma consulta com o fonoaudiólogo. Aos 3, acontecem as trocas de fonemas, mas isso não é necessariamente um problema. Vai depender da substituição que ele faz e da etapa em que isso acontece. Por exemplo, nessa idade é comum a criança “comer” o R (em vez de falar preto, dizer “peto”), e nem por isso é preciso procurar um especialista. De 2 a 4 anos, seu filho pode começar a repetir as palavras ou as sílabas, caso conhecido, na linguagem médica, de disfluência fisiológica. Diferentemente da gagueira (um distúrbio neurobiológico, que tem início por volta dos 5 anos e que exige tratamento especializado), essa disfluência dura cerca de seis a dez semanas e acontece porque os pensamentos da criança são mais rápidos do que a capacidade de falar, causando a repetição. E você pode ajudar. Ouça seu filho com calma e paciência, sem chamar a atenção para esse comportamento ou pedir para ele falar mais devagar – isso só vai fazê-lo se sentir inadequado. Lembre-se de que até os 5, a criança deve falar todos os sons corretamente – essa regra não vale para prematuros que, em geral, têm mais chances de sofrer atrasos no desenvolvimento. Se perceber algo diferente, procure um especialista.
Resultado de imagem para fonoaudiologia

Que outros fatores podem prejudicar o desenvolvimento da fala?
Problemas auditivos, neurológicos ou respiratórios, e até fatores ambientais, como falta de estímulo. Desses, os de audição são os mais comuns. “A criança que ouve pouco, balbucia pouco. Ou seja, vai ter dificuldade para aprender a falar”, diz Ignês Maia Ribeiro, diretora educacional do Instituto Brasileiro de Fluência (SP). Por isso é importante que o recém-nascido faça o teste de triagem auditiva (teste da orelhinha), gratuito e obrigatório desde 2010. Ele é realizado ainda na maternidade e avalia se o bebê tem alguma dificuldade para ouvir. Já as crianças com deficiência neurológica (inclusive as portadoras de síndromes, como a de Down) precisam de atenção especial: a maioria vai ter atraso no desenvolvimento da linguagem. Outro fator importante é a respiração. As que possuem problemas crônicos, como rinite alérgica, têm mais chances de apresentar alterações na fala pois respiram pela boca. “Isso afeta todo o processo de postura da língua e posicionamento dos dentes, o que colabora para as alterações aparecerem”, afirma Cássia Telles, fonoaudióloga do Hospital Pequeno Príncipe (PR).

Resultado de imagem para fonoaudiologia criança
Uma vez que a dificuldade foi constatada, devo ir logo ao especialista?
Sim. É importante que o fonoaudiólogo faça uma avaliação rapidamente. Mas diagnosticar o problema, em alguns casos, não significa que o tratamento vai ser iniciado naquele momento. “Quando a criança vai para a escola, é exposta ao ambiente social e percebe que sua fala está errada. Muitas vezes, essa é a hora mais adequada de interferir, pois ela fica consciente do problema e disposta a mudar o quanto antes”, diz Cássia. Ainda assim, vale dizer que somente um especialista saberá a hora certa de começar o tratamento.



Fonte:http://revistacrescer.globo.com/Encontros-CRESCER-com-Dra-Ana/2014/noticia/2014/05/3-coisas-sobre-fala-das-criancas.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário