Entre as alterações de linguagem destas crianças as mais significativas dizem respeito às funções comunicativas. Por isso é necessário ajuda-las a perceber essa função e para isso muitas vezes é preciso organizar situações planejadas, que busquem ampliar os meios de comunicação, os recursos utilizados para se comunicar e a aquisição de novas funções comunicativas.
A partir do momento que a criança entende que a sua fala/vocalização produz um efeito no outro e que esta é uma forma eficaz de alcançar seus objetivos, como pedir um objeto, uma ação ou protestar ela começa a utilizar intencionalmente a linguagem oral.
O fato de a criança autista apresentar um número menor de comportamentos comunicativos, muitas vezes leva o adulto a tomar mais iniciativas de comunicação como forma de estimulação da linguagem. Entretanto é necessário deixar um espaço para que a criança possa também se comunicar.
Ao mesmo tempo é preciso estar atento às iniciativas e esforços comunicativos da criança, pois a ausência de respostas gera uma quebra na comunicação, comprometendo a interação.
É extremamente importante aproveitar as situações de comunicação espontâneas, buscando dar significado verbal às vocalizações da criança a partir do contexto, permitindo que a partir de então ela possa utiliza-las de forma intencional.
Sempre que seu filho fizer alguma vocalização procure entender o que ele deseja e dê significado verbal. Por exemplo, se ele quer algo que está fora de alcance diga a ele “ah, você quer a bola? Vou pegar pra você” ou ainda, “Eu entendi que você quer a bola, mas agora precisamos terminar esta tarefa”.
Se ele ainda não faz nenhum tipo de vocalização, ou vocaliza pouco, procure dar significado aos seus gestos, emoções e comportamentos.
Faça comentários sobre as suas ações, mas evite falar o tempo todo. Dê tempo para que ele também se comunique, seja através da fala, ou de vocalizações, gestos, olhares... Esteja atento a essas tentativas de comunicação!
Procure chamar a atenção do seu filho antes de falar com ele – chamando pelo nome, tocando em seu rosto ou seu braço antes de falar, e fale próximo a ele, de preferência na altura dos olhos, certificando-se de que ele está olhando para você enquanto fala;
Forneça pistas contextuais que facilitem a compreensão (gestos, imagens, objetos, etc...)
Ofereça um comando por vez, utilizando frases curtas (vem, levanta, pegue, coloque, etc...) e aguarde a resposta (ação desejada, olhar, vocalização...)
Lembre-se: Devido às grandes dificuldades comunicativas das crianças com Autismo no desenvolvimento da linguagem, a intervenção fonoaudiológica é imprescindível para o tratamento precoce dessas crianças.
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Fonte: Fonoaudiologia em Foco
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