A atuação fonoaudiológica em berçários, UTI e internação pediátrica é de extrema importância, tanto nos aspectos preventivos como de reabilitação. Estudos comprovam que existe grande parte de recém-nascido pré-termo cuja alta hospitalar é adiada por impedimentos provenientes de uma alimentação ineficiente.
Pode-se dizer que a sucção e a deglutição são automatismos interligados, principalmente, nos primeiros meses de vida, os quais, juntamente com a função da respiração, interagem como um sistema. A sucção é fundamental na vida dos recém-nascidos, já que é a 1ª forma pelo qual o bebê obtém o alimento. Ao nascer, o bebê apresenta estrutura anatômica(boca) que lhe garante a capacidade de se alimentar da consistência líquida por meio do seio materno e/ou mamadeira.
A deglutição é consequência dos movimentos rítmicos e coordenados da sucção. Fatores como tônus muscular, tipo de bico utilizado e a saciedade da fome podem influenciar no padrão de sucção. É essencial que o bebê se alimente por via oral(pela boca) contudo, em consequência, por exemplo, do bebê ser prematuro e/ou apresentar afecções consequentes de comprometimentos durante o desenvolvimento do embrião, poderá apresentar dificuldade de alimentação.
Essas dificuldades são observadas na avaliação clínica de deglutição realizada pela fonoaudióloga especialista na área quando solicitada a integrar a equipe de atendimento a essas crianças com distúrbio de deglutição. Nessa avaliação o fonoaudiólogo observa que os bebês não apresentam ao ser estimulados os reflexos orais que seriam esperados, como ausência do reflexo de sucção; o vedamento labial que garantiria segurar firmemente o seio materno e/ou bico da mamadeira não ocorre adequadamente e o bebê deixa escapar o leite para fora da boca; o ritmo da sucção não se dá de forma coordenada o que poderá levar a um desequilíbrio da deglutição e respiração e, consequentemente, presença de engasgos, tosse e apneia (o bebê para de respirar).
A criança que não apresenta condições de receber alimentação por via oral, deverá ser acompanhada pela fonoaudióloga que realizará estimulação sensório-motora oral, estimulação da sucção não-nutritiva e nutritiva quando indicado, com o objetivo de adequar as funções comprometidas e propiciar o mais breve possível a passagem do alimento da sonda por via oral.
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