Você está se trocando para ir ao trabalho e, de repente, escuta um
“mama”. É o seu filho engatinhando em sua direção e chamando a sua atenção. Não
dá para descrever o que é ouvir o filho falar pela primeira vez, certo? Esse é
apenas o começo do desenvolvimento da fala, que se inicia por volta do primeiro
ano e deve estar mais completo por volta dos 5 anos. Até lá, ele vai falando
sons aos poucos, escutando e imitando quem o cerca. Mas nem sempre isso
acontece. “Se até os 3 anos a criança fala pouco ou quase nada, ela precisa de
ajuda de um especialista indicado pelo pediatra”, afirma Andréa Cristina
Cardoso, fonoaudióloga do Hospital Sírio-Libanês (SP). E as razões podem ser
várias.
Primeiro, o médico vai descartar problemas
neurológicos ou psiquiátricos, como lesões cerebrais, autismo e esquizofrenia.
Depois, vai verificar a audição. Explica-se: para que a criança desenvolva a
fala, é preciso que ela escute bem, afinal, a linguagem é adquirida pela
imitação. “Ainda que o teste da orelhinha (feito no dia do nascimento) não
detecte nenhum problema, a criança pode ter uma deficiência auditiva.
Há doenças, como meningite e sarampo, que podem acarretar alguma
perda da audição”, diz. Se alguns desses problemas é diagnosticado, o pediatra
irá pedir exames para comprovar e, com os resultados em mãos, o tratamento será
iniciado imediatamente.
Se essas hipóteses forem descartadas, existe a
possibilidade da causa do atraso da fala da criança estar no ambiente. Se ela
não é estimuldada a falar, vai demorar mais para desenvolver a linguagem. Para
que a criança imite, pratique e, assim, aprenda, é fundamental que você e os
cuidadores a estimule e conversem com ela. Atividades simples do dia a dia, como
na hora de trocar a fralda, de dar o banho e até a amamentação, são momentos
favoráveis para esse exercício de incentivo da fala. “Diga o nome das coisas,
das cores, o que é quente, o que é frio, sem infantilizar e pronunciando
corretamente”, diz Andréa. Os irmãos mais velhos são ótimos aliados no
aprendizado dos mais novos.
Outro ponto importante é não acomodar a criança.
Se o seu filho quer alguma coisa, simplesmente aponta e você já o atende, ele
não vai ter de se esforçar para falar. Tenha paciência e incentive-o a pedir o
que quer. Lembre-se: as consultas de rotina ao pediatra da criança são
fundamentais para que ele avalie seu desenvolvimento e quando é hora de haver
intervenção de algum outro profissional, principalmente o fonoaudiólogo.
Fonte:http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,EMI71809-15152,00-QUANDO+SEU+FILHO+NAO+FALA.html (adaptado)
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