Distúrbio de Voz Relacionado ao Trabalho é qualquer dificuldade na emissão da voz que impeça ou dificulte a produção natural da voz e comprometa a atuação profissional.
Estima-se que os distúrbios de voz atinjam uma considerável parcela da população brasileira economicamente ativa. Entre os trabalhadores que utilizam a voz como instrumento de trabalho, conhecidos também como profissionais da voz, estão: os professores, teleoperadores, cantores, atores, radialistas, jornalistas, religiosos, políticos, secretárias, advogados, profissionais da saúde, vendedores, ambulantes, agentes comunitários de saúde e outros.
Sinais e sintomas
- cansaço ao falar
- rouquidão
- secura na garganta
- esforço ao falar
- falhas na voz
- perda de voz
- pigarro
- ardor na garganta/dor ao falar
- voz mais grossa
- falta de volume e projeção vocal
- pouca resistência ao falar
- dor ou tensão cervical
Inicialmente os sintomas são pouco frequentes, predominando ao final da jornada de trabalho e havendo redução após repouso noturno ou nos finais de semana. Aos poucos, vão se tornando constantes independentemente do uso prolongado da voz, não havendo melhora mesmo com repouso vocal. Em alguns casos, dependendo da intensidade dos sintomas e do impacto destes no trabalho, há a necessidade de afastamento da atividade profissional.
Riscos para a Saúde Vocal presente nos Processos
e Ambientes de Trabalho
O desenvolvimento do distúrbio vocal relacionado ao trabalho é multicausal e está associado a diversos fatores, que podem desencadear ou agravar o quadro de alteração vocal do trabalhador, de forma direta ou indireta, podendo haver interação destes nos ambientes de trabalho.
Eles podem estar relacionados à própria organização do trabalho como: jornada prolongada, sobrecarga por acúmulo de atividades ou funções, excessivo uso da voz, com ausência de pausas para descanso, durante a jornada, trabalho sob forte pressão, insatisfação com o trabalho ou com a remuneração, postura inadequada, dificuldade de acesso a hidratação e sanitários.
Fatores relacionados ao ambiente também devem ser considerados, tais como ruído de fundo, que favorece a competição sonora durante a fala, ventilação inadequada, exposição a produtos químicos irritativos de vias aéreas superiores (solventes, vapores metálicos, gases asfixiantes) e presença de poeira ou fumaça no local de trabalho.
Importante lembrar que algumas características individuais e hábitos de vida podem funcionar como fatores agravantes e/ou desencadeantes, entre eles a idade, alergias respiratórias, doenças de vias aéreas superiores, influências hormonais, medicações, consumo demasiado de bebidas alcoólicas, fumo, pouca ingesta de água, estresse, doenças gástricas e outros.
Diagnóstico, Tratamento e Prevenção do Distúrbio Vocal
Relacionado ao Trabalho
O diagnóstico do distúrbio vocal deve considerar a história profissional, a avaliação otorrinolaringológica e fonoaudiológica especializadas, o levantamento das condições e fatores de risco presentes nos ambientes e processos de trabalho e o levantamento de comportamentos e hábitos relevantes.
A atuação integrada entre o médico otorrinolaringologista e o fonoaudiólogo permite que haja precisão diagnóstica e eficácia terapêutica, devendo ocorrer, preferencialmente em curto prazo, na garantia de um prognóstico melhor.
Cabe aos profissionais de saúde identificar os riscos à saúde vocal, para que ações de promoção e prevenção sejam planejadas assegurando, assim, a atenção integral ao trabalhador.
Fonte: http://www.saude.rj.gov.br/vigilancia-em-saude/1015-vigilancia-ambiental-em-saude-e-saude-do-trabalhador/saude-do-trabalhador/agravos-em-saude-do-trabalhador/23241-disturbio-de-voz-relacionada-ao-trabalho.html (adaptado)
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