domingo, 11 de junho de 2017

Meu bebê é Down. Como estimular o seu processo de linguagem?



É muito  importante que a criança  Down vá a um especialista em linguagem e fala, um fonoaudiólogo, que trabalhe diretamente com ela e indique as diretrizes aos pais. 
Por outro lado, a eficácia desta intervenção não termina na adolescência, como se pensava antes. Em meados dos anos 1990 estudos importantes indicam que é provável uma contínua melhora da linguagem, tanto no nível compreensivo como expressivo, na maioria das pessoas  Down. O mesmo parece ocorrer com a inteligibilidade.



Mas, se é verdade que a fonoaudiologia é eficaz durante muitos anos da vida de uma pessoa  Down, também é verdade que quanto antes tenha começo, melhor. 

Por que esperar que as dificuldades sejam evidentes? Melhor começar antes, para tratar de preveni-las. Apesar das diferenças nos bebês não serem grandes em relação aos que não são Down, estas ficam mais acentuadas por volta dos dois anos, quando a maioria das crianças já fala e os Down não.

Na hora de escolher o profissional que vai se encarregar do tratamento fonoaudiológico, é importante procurar uma pessoa cujo trabalho se caracterize por incorporar, de maneira destacada, os pais. Tem-se comentado sobre a importância de um ambiente natural na estimulação da linguagem. Por isto, é fundamental o envolvimento dos pais no processo. Este envolvimento deve ser mútuo e recíproco.

Isto é, por um lado, os pais devem exigir um profissional que conte a eles como vai seu filho, quais são os avanços e quais os objetivos que estão trabalhando. Mas o envolvimento também responsabiliza os pais, que se tornam protagonistas do processo de ensino de seu filho.

Quanto aos métodos adequados, é importante o uso da comunicação total. Isto faz referência ao apoio em sistemas aumentativos de comunicação, sejam de sinais, figuras ou palavras. 


As pessoas Down têm dificuldades de audição, na diferenciação de sons, nos movimentos e na memória de curto prazo. Por isto, os sinais e a leitura, por serem formas visuais de linguagem, constituem um recurso importante de apoio.

O terapeuta poderia ensinar os pais alguns sinais, para que fizessem de maneira natural enquanto falam. Não se trata de apoiar toda a conversação, por exemplo, com o bebê, ao dizer a ele "mamãe", pode-se usar o sinal "mamãe". Deste modo, além de dar outra referência à palavra, chama mais a atenção do bebê, que olha seu pai para ver o que faz.

É evidente que as técnicas de reabilitação fonoaudiológicas estão avançando, porque na atualidade o nível de linguagem adquirido pelas pessoas Down é maior que o esperado há 20 anos. Tendo em vista a experiência dos últimos anos, uma intervenção adequada pode significar o ganho de um ou dois anos no desenvolvimento linguístico.
Assim, durante o primeiro ano se deve realizar um treinamento pré-linguístico sistemático, e no segundo ano intercalar sinais gestuais com as palavras, o que favorece a aquisição de vocabulário e o início da comunicação mediante uma linguagem estruturada. A partir dos dois ou três anos, é recomendável iniciar o ensino da leitura. 

Procure um fonoaudiólogo para conversar! Este profissional poderá sanar suas dúvidas.

(Publicação inspirada em Rondal, 2001).


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